Abcel preserva a cultura japonesa com a 3ª edição do ‘Desfile de Kimonos’

Terceiro Desfile de Kimonos – A beleza que se veste, reuniu mais de 90 quimonos em Lins – Divulgação

Evento cultural que tem como objetivo divulgar a cultura japonesa através da tradicional vestimenta, a terceira edição do “Desfile de Kimonos – A Beleza que se veste”, da Abcel (Associação Beneficente Cultural e Esportiva de Lins), realizada no dia 9 de agosto, no Salão Nobre da entidade, reuniu 92 quimonos. Segundo o presidente da Abcel, Massamitu Masuda, trata-se de um evento que está crescendo a cada ano que passa.

Além de manter a essência de uma cultura milenar, a ideia os organizadores é, ao mesmo tempo, demonstrar a relevância e a adaptação dessa vestimenta no mundo moderno, buscando a integração da comunidade nipo-brasileira e da sociedade brasileira.

O desfile trouxe à passarela uma coleção diversificada de quimonos, destacando peças que simbolizam a transição entre a tradição e a modernidade, desde o período Edo até os dias atuais. O evento contou com a presença de autoridades locais e representantes de várias associações regionais.

Avó e neta – Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a apresentação de abertura de Shizu Mori, uma imigrante de 96 anos, acompanhada por sua neta Tamilyn Saito. Ambas desfilaram em hakamas, uma vestimenta usada pelos samurais, simbolizando a resistência e a adaptação da cultura japonesa ao longo dos séculos.

Shizu Mori é moradora de Lins proveniente da região de Niigata, no Japão, uma imigrante japonesa de 96 anos, mãe da Diretora Social da Abcel, Maria Kazue, de 75 anos, e Lucia Luri Mori Saito, de 61anos, ambas idealizadoras do desfile. Já a Tamilyn Saito é filha de Lucia Luri Mori Saito, de 33 anos.

Blocos – O desfile foi dividido em diferentes blocos, cada um representando aspectos específicos da cultura e história japonesa. O primeiro bloco, dedicado aos quimonos tradicionais, apresentou peças raras e de grande valor histórico, como uma peça de mais de 100 anos usado por Kleber Sakakura, que pertenceu ao pai de Shizu Mori, Mataichi Matsuda, quando chegou ao porto de Santos em 1929.

O desfile contou ainda com o bloco dos quimonos doados pela comunidade Tahara, da cidade de Ina, província de Nagano, Japão.

O desfile seguiu com uma variedade de quimonos que ilustravam desde o período Edo até a época contemporânea, cada um acompanhado de uma breve explicação sobre sua história e significado cultural.

Trilha sonora – A trilha sonora incluiu apresentações ao vivo de saxofone, violino e violoncelo, que criaram uma atmosfera envolvente e solene, elevando a experiência do público ao contemplar os “quadros em movimento” que os quimonos representavam na passarela.

Ao jornal Nippon Já, Maria Kazue Mori lembra que a primeira edição do Desfile foi realizada em 2019 e ficou parado na pandemia, retornando apenas no ano passado. Segundo ela, a maioria dos quimonos pertence à própria família – alguns foram trazidos diretamente do Japão e outros foram doados por amigos. Para Maria Kazue, no Ocidente essa tradição já está acabando.

Elogios – “Infelizmente, muita gente sequer conhece o que é um quimono”, diz, afirmando que o Desfile reúne participantes/modelos de todas as etnias. “Quem desfilou este ano já pediu para reservar vaga para o ano que vem”, disse ela, acrescentando que, ao final do desfile, todos elogiaram.

Com entrada franca, o evento contou ainda com uma praça de alimentação e está se tornando um dos principais eventos culturais e sociais da cidade.Quem não compareceu presencialmente pôde acompanhar o desfile pela Internet.

Shizu Mori, de 96 anos, desfila com sua neta, Tamilyn

(Aldo Shiguti, com informações da Abcel)

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