Associação Nikkei de Vitória, no Espírito Santo, celebra 40 anos de olho no futuro

Cerimônia comemorativa ao 40º aniversário de fundação da Associação Nikkei de Vitória contou com a presença do cônsul geral

Fundada em 16 de julho de 1983, a Associação Nikkei de Vitória, no Espírito Santo, promoveu, no dia 9 de julho, uma Feijoada preparada pelo Fujinkai para celebrar seu 40º aniversário. O evento contou com a presença do cônsul geral do Japão no Rio de Janeiro, Ken Hashiba; da cônsul no Rio de Janeiro, Rina Ishikawa, e do vice abade do mosteiro zen budista de Vargem Alta, Kendo Bitti, além de associados e convidados, que foram recepcionados pelo presidente da ANV, Roberto Mitsuro Mitsuoka, e pelo vice-presidente, Jefferson Romofumi Takasaki. Destaque especial para a participação especial do cantor Sergio Tanigawa, e da apresentação e condução geral de Irani Yamane.

Segundo Roberto Mitsuoka, “a festa teve muita comida, cantoria e conversas para colocar em dia entre amigos novos e antigos”. Também foi feita uma apresentação sobre a associação, sua criação e os objetivos para o futuro, pelo diretor da escola, Nobuyuki Kashimoto.

Construída com auxílio da Jica (Japan International Cooperaton Agency), a escola de japonês conta atualmente com cerca de 60 alunos e continua sendo, na visão do presidente da associação, Roberto Mitsuoka, uma das principais atividades com o intuito de manter e difundir a cultura japonesa na sociedade capixaba. Tanto que do total de alunos, apenas 10% são descendentes de japoneses.

Hanami, na Pedra Azul, marcou inauguração do torii

Festival de Culinária – Além do curso de japonês, a ANV mantém ainda outros departamentos, como o próprio Fujinkai, o Gateball, Pachwork, Karaokê, Beisebol e Taiko. A associação, que conta atualmente com cerca de 100 famílias associadas – número que tem-se mantido constante nos últimos anos – realiza várias atividades ao longo do ano com o intuito de arrecadar recursos para a sua manutenção.

O principal deles é o Festival de Culinária Japonesa. Realizado duas vezes por ano – uma no primeiro semestre e outra no segundo – o evento gastronômico costuma atrair, em média, entre 3 e 4 mil visitantes. Além do Festival de Culinária Japonesa, é tradicional também o Dia das Mães, Dia dos Pais e o Keirokai.

Hanami – Outra atividade bastante marcante é o Hanami (costume tradicional japonês de contemplar a florada das cerejeiras), que acontece no “Bosque de Cerejeiras Kaoru Kumazawa”, no Parque Estadual da Pedra Azul, localizado na região serrana do Espírito Santo (diante cerca de 90 km de Vitória) e bastante frequentado por turistas. Este ano, o evento foi realizado no último dia 23 e marcou a inauguração do torii, construído em parceria com o Instituto Socioambiental (iESL).

Na ocasião, que teve direito a piquenique com obentô, foi plantado 15 mudas de sakura, totalizando 115 em homenagem aos 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil.

Presença japonesa – Hoje, segundo Roberto Mitsuoka, as atividades da associação estão bem enraizadas na sociedade local. “Todos os nossos eventos abertos tem tido a participação de não associados. Além disso, fazemos doações a instituições e sempre recebemos convites para participações em eventos culturais o Estado”, diz Mitsuoka.

Em Vitória desde meados da década de 1990, ele lembra que a presença japonesa no Espírito Santo não seguiu o mesmo processo da maior parte das regiões brasileiras. O início, conta, ocorreu com o projeto de construção da Usina Siderúrgica de Tubarão, que tinha como um dos sócios empresas japonesas, entre elas a Kawasaki e Nippon Steel, responsáveis pela transferência de muitos profissionais japoneses para o ES.

Com o aumento da quantidade de japoneses e descendentes na região da Grande Vitória, teve início um processo natural de organização dessas pessoas. Até que, em 1981, com finalidade promover encontros semanais, um grupo criou o “Sunday Club” – que funcionou inicialmente em uma sede provisória e tinha como objetivo a troca de mangás e receitas típicas. Posteriormente, passou a promover o ensino de japonês e atividades culturais e esportivas tipicamente japonesas.

Hoje, a ANV conta em seus quadros com diretores da segunda geração, ou seja, filhos desse primeiro grupo que foi para a região, e a escola de japonês é frequentada pelos netos – que estão atualmente com 5 a 10 anos de idade. Roberto Mistuoka explica que essa geração, os netos, é o público-alvo da associação, pois quando eles frequentam as atividades da associação, trazem também os pais e avós.

O cantor Sergio Tanigawa abrilhantou a festa dos 40 anos da Associação Nikkei de Vitória

(Aldo Shiguti)

Deixe uma resposta