Autoridades prestigiam abertura do Festival Nipo-Brasileiro; evento exalta voluntários
Realizado pela Acema (Associação Cultural e Esportiva de Maringá) e com apoio da Prefeitura Municipal de Maringá, o 32º Festival Nipo-Brasileiro prossegue até este domingo (13), nas dependências da Acema, no Parque Grevileas. Considerado um dos maiores eventos da comunidade japonesa no Brasil, a edição deste ano do Festival Nipo-Brasileiro celebra os 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil e apresenta ao público um panorama da cultura japonesa.
No primeiro final de semana (5 e 6), quem não só marcou presença mas fez muito sucesso entre os visitantes foi o Digital Influencer Guti do @ola_guti. Este final de semana ele será atração no Jungle Matsuri – Festival de Cultura e Gastronomia Japonesa da Amazônia (leia mais nesta edição). Os grupos Wakadaiko e Sakyou Yosakoi Soran, e os cantores da Acema também brilharam no primeiro final de semana do Festival.
Abertura – A cerimônia de abertura, realizada no sábado (5), confirmou a importância do Festival Nipo-Brasileiro não só para a cidade de Maringá mas para o Estado. Entre as diversas autoridades, estiveram presentes o vice-governador do Paraná, Darci Piana; o vice-prefeito do munícipio, Edson Scabora; o deputado federal, Luiz Nishimori; o novo cônsul geral Adjunto do Japão em Curitiba, Rei Oiwa; o presidente da Câmara Municipal de Maringá, Mario Hossokawa e o ex-prefeito Silvio Barros (na oportunidade representando o secretário estadual da Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros), além de patrocinadores.
Filantropia – Em seu discurso, o presidente da Acema, Afonso Shiozaki, deu boas-vindas e ressaltou o caráter filantrópico da festa – a praça de alimentação, um dos destaques do Festival, conta com a participação de quatro entidades assistenciais (Seicho-no-Ie, Nishi Honganji, Wajunkai e São Francisco Xavier, além da própria Acema), que prestam importante trabalho para o município.
Shiozaki lembrou que o Festival Nipo-Brasileiro começou “de forma modesta”, em 1989, e “graças ao trabalho e dedicação de muitos conseguiu alcançar marcas tão expressivas”, tornando-se hoje o segundo maior evento de Maringá – atrás apenas da Expoingá em quantidade de público.
Ele salientou que o intuito do Festival é preservar e divulgar a cultura e valores milenares do Japão e agradeceu a parceria dos patrocinadores, que desde o início acreditaram no evento. Shiozaki fez uma menção especial aos voluntários, cerca de 1,500 que trabalham os nove dias de festa. “Graças a este espírito conseguimos manter e ampliar o Festival, alcançando resultados expressivos”, disse Shiozaki.
Voluntários – Presidente da Aliança Cultural Brasil-Japão do Paraná, Eduardo Suzuki, explicou que a celebração dos 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil é também um momento de refletir e agradecer os antepassados. “Eventos como esse contribuem para manter as tradições e valores trazidos por nossos antepassados”, afirmou Suzuki, que parabenizou o tabalho dos voluntários, “força motora” do Festival.
Nervosismo – Há praticamente um mês no cargo, o cônsul adjunto do Japão, Rei Oiwa lembrou que esteve em Maringá em 2018, quando serviu de intérprete durante a visita da então princesa Mako por ocasião das comemorações dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil. Bem-humorado, disse que não se recordava de quase nada pois estava muito nervoso. Ele afirmou que, diante da atual situação internacional, cada vez mais complicada, o Brasil tem se tornado um importante parceiro para o Japão. E concluiu sua fala afirmando que o Estado do Paraná tem potencial, em todos os aspectos, para fortalecer as relações bilaterais.
Presidente da Câmara Municipal de Maringá, o vereador Mairo Hossokawa lembrou que as primeiras edições do Festival Nipo-Brasileiro foram realizadas em frente à Prefeitura, por iniciativa do então prefeito Ricardo Barros, até a Acema encampar sua realização e levar o evento para suas dependências.
Fronteiras – Segundo ele, o Festival Nipo-Brasileiro cresceu tanto que ultrapassou as fronteiras do Paraná, servindo de modelo para outros festivais. E destacou o trabalho do CEO da Tasa Eventos, Sergio Takao Sato, responsável pela organização do evento realizado em Maringá e em outras localidades, como Rio de Janeiro, Florianópolis (SC) e diversos outros matsuris espalhados pelo país.
Reconhecimento – Presente desde a primeira edição do evento, o deputado federal Luiz Nishimori disse à reportagem do Nippon Já que “a cada ano que passa o Festival ganha uma dimensão ainda maior”. “Mais importante ainda é a integração da comunidade com todas as etnias que aqui chegaram no Norte do Paraná”, disse Nishimori, destacando o espírito familiar da festa. “Aqui podemos celebrar a festa da família brasileira”, explicou o parlamentar, que voltou recentemente de uma Missão Oficial à Ásia, onde integrou a comitiva do ministro da Agricultura Carlos Fávaro.
Ex-prefeito e idealizador do Parque do Japão, um dos principais cartões postais de Maringá, Silvio Barros disse que “o Festival é uma forma de reconhecer o que a comunidade nipônica fez pelo desenvolvimento de Maringá”. “É uma comunidade muito forte, muito ativa tanto na área econômica quanto na área política e pela qual nós temos um carinho muito forte”, observou.
Preconceito – Edson Scabora, representando o prefeito, Ulisses Maia, afirmou que o Festival Nipo-Brasileiro “já é uma tradição em Maringá”. “A cultura japonesa aqui é muito forte e muito ativa também. E o Festival tem justamente essa importância, de celebrar a presença japonesa no município, de mostrar a importância dessa imigração e de sua cultura, que já faz parte do nosso dia a dia com a culinária, dança, origami, enfim, em suas várias manifestações”, explicou o vice-prefeito, acrescentando que “o mais importante que eu vejo nessa festa é a oportunidade de estarmos celebrando os 115 Anos da Imigração Japonesa”.
Segundo ele, a trajetória dos japoneses “foi muito mais difícil e complicada” que outras etnias presentes em Maringá. “Os japoneses vieram do outro lado do mundo e sofreram com o idioma, com a comida e com os costumes. Na minha opinião, os japoneses também sofreram mais com o preconceito. Então, essa festa nos traz a luta e superação dos japoneses e hoje estamos aqui para celebrar essa amizade”, comentou o vice-prefeito ao Nippon Já.
Em todos os segmentos – Em entrevista ao Nippon Já, o vice-governador do Paraná disse, em tom de brincadeira, que “hoje tem japonês em todos os segmentos da economia e isso é muito bom.” “Significa que eles se entrosaram com a sociedade brasileira e a gente fica muito feliz. Por isso quero agradecer aqui em nome do Governo do Estado do Paraná, do nosso governador Ratinho Júnior por esse trabalho que essa família japonesa e seus descendentes fizeram e estão fazendo e vão continuar fazendo pelo nosso estado”, disse Darci Piana, explicando que o Festival Nipo-Brasileiro “tem muitas coisas que não existem mais nem mesmo no Japão”.
“Essa festa é uma das maiores do país, de expressão nacional, e a gente não poderia deixar de estar aqui presente, principalmente para comemorar juntos os 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil”, destacou Darci Piana, que também preside o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR.
Quatro pavilhões – O Festival Nipo-Brasileiro prossegue até domingo em quatro pavilhões: Comercial, Gastronômico, Cultural e Artístico. Além da culinária das cinco entidades na Praça de Alimentação, a programação conta com atividade para todas as idades. Exposições de bonsais e Ikebana, mostra de produtos e serviços e shows são alguns dos destaques do Festival Nipo-Brasileiro, que espera mais de 70 mil, pessoas nos nove dias de evento.
(Aldo Shiguti)
32º Festival Nipo Brasileiro
Quando: Até domingo.
Valor do ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
Dia 13/08 entrada gratuita
Mais informações: www.festivalnipobrasileiro.com.br