Canto do Bacuri – Fevereiro de 2022
Por aqui, o vírus e sua variante do momento, ômicron, continuam fazendo suas festas. Estamos entrando no terceiro ano em ritmo de pandemia solta. Os radicalismos com o isolamento social e com a higienização de tudo que vem para dentro de casa já ficaram de lado.
Mas, apesar de não agirmos com o mesmo rigor dos tempos iniciais, hoje tomamos muito mais cuidado ao guardarmos nossas compras. E, acredito, estes hábitos permanecerão daqui para frente. Quanto ao isolamento social, este também se afrouxa. E pergunto, quem é que aguenta viver em confinamento absoluto por tanto tempo?
A sensação que tenho é que, apenas eu e algumas poucas pessoas do meu círculo familiar e de amizades, ainda nos mantemos reclusos, evitando ao máximo, situações que coloquem em risco a nossa saúde. Mas, vez ou outra, acabam acontecendo situações em que é maior a exposição ao risco de um eventual contágio pelo vírus ou suas variantes.
A vida anda. As instituições e suas engrenagens de existência também andam, muitas delas, em ritmo desacelerado em relação aos tempos anteriores a 2020. Mas, aos poucos, as ações começam a ser retomadas.
Também no Zen – Na instituição vinculada à matriz no Japão e que tem em São Paulo a sede da América Latina, desde março de 2020, todas as atividades que envolviam reuniões de pessoas foram paralisadas. Este ano, 2022, no início do mês de fevereiro, a título experimental, as sessões de meditação foram abertas apenas para os antigos alunos da casa, com participação limitada apenas a dez praticantes leigos. Para esta abertura, assim como em outros estabelecimentos públicos, algumas regras precisaram ser estabelecidas e cumpridas.
Assim como nós, as instituições têm seu ritmo, tem suas agendas a serem cumpridas de acordo com os acontecimentos e a pandemia acaba ofuscando seu resultado. Cerimônias de tradições antigas que em outras situações reuniam pessoas de diversos pontos do planeta acabam se esvaziando devido às contingências atuais.
Vivemos o início dos novos tempos. Creio que mesmo que haja uma tomada de consciência por parte dos detentores do poder e do dinheiro, agindo em prol da vida no planeta, socorrendo as nações mais pobres, o padrão normal de cada indivíduo daqui para frente também deverá ser outro. Caso a falta de inteligência e o egoísmo prevaleçam, não teremos deuses nem rezas suficientes para salvar a vida no planeta. É urgente que todos repensemos nossa postura diante da vida que nos resta.