De volta ao Japão

Para começarmos, FELIZ 2022 para todos!!

Estou de volta aos artigos, depois de um tempo de introspecção.

Quantas mudanças, não é mesmo?

A impressão que tenho é que o tempo para as mudanças, são diferente do meu tempo, estou sempre correndo para tentar acompanhar esse mundo.

Estou de volta ao Japão, retomando a minha vida (não vejo mais sentido em nada, mas estou em busca de um sentido), e mais uma vez correndo para me adaptar às mudanças impostas pelo mundo.

Preciso contar sobre a saga do meu retorno ao Japão. Saudades do tempo em que bastava comprar a passagem e ir munida de passaporte e bagagem para o aeroporto.

Primeiramente, o teste de PCR. A ideia era ir ao aeroporto no dia do vôo, e fazer o PCR na parte da manhã, já que o vôo era só no fim da tarde. Mas graças a um ser iluminado (meu cunhado) que é médico, comentou que seria melhor ir um dia antes, pois fim de ano tudo fica um caos generalizado.

Fui! Um dia antes do embarque, ainda bem que fui! A fila para o atendimento levava cerca de 5 horas. CINCO HORAS, para conseguir fazer o exame e depois mais 4 horas de espera para sair o resultado. Não ia dar tempo se eu fosse fazer o exame no dia da viagem.

Consegui embarcar para a Alemanha, onde fiquei por 4 dias. Por conta dessa estadia na Alemanha, a minha quarentena no hotel do Japão, aumentou de 3 para 6 dias.

Estou no momento aqui no hotel, cumprindo a quarentena obrigatória para todos que chegam ao Japão. (Salvo algumas exceções).

Achei que seria pior, até que não é tão ruim assim, o meu único problema é em relação à alimentação. É servido o bentô (marmita) gelado. E quem me conhece sabe que amo um feijão…

Mas não posso reclamar de nada, aliás fiquei muito encantada com a estrutura que o Japão montou para a contenção do COVID no aeroporto.

Não vamos entrar no mérito da questão em ser cabível ou não, eficiente ou não, necessário ou não. O que quero dizer é que, quando o Japão se propõe a fazer algo, pode ter certeza que terá uma organização impecável e uma estrutura incrível.

Ao desembarcar em Haneda (aeroporto de Tokyo), fiz o teste de COVID. E enquanto o resultado não sai, não parei um minuto, pois saí do teste e fui para outra sala onde é feita a instrução para a instalação do aplicativo para o nosso rastreio. Depois outra sala para apresentação de documentos, outra sala para responder o questionário do governo do Japão. E por fim, peguei o resultado do teste de PCR. Tudo isso foi gasto em torno de 5 horas.

É cansativo? Muito! Porém é de uma organização tão incrível, que eu só ficava pensando o quanto o Japão é único.

Depois de passar pela imigração e polícia, segui em direção ao hotel. Já estava super cansada, mas em nenhum momento tive que carregar malas ou me preocupar com algo, pois a estrutura montada fez com que tudo funcionasse muito bem.

Detalhe: tudo isso de graça! Pois eu sei que tem países que a quarentena é obrigatória, porém a estadia no hotel é cobrada.

Vejo muitas pessoas reclamando da quarentena, eu estou numa fase que não cabe reclamação no meu dia. O pior momento da minha vida, já aconteceu, que foi a morte da minha filha, portanto, o que vier agora eu agradeço e enfrento. E para mim, a quarentena no hotel tem sido uma forma de desacelerar e colocar a cabeça em ordem. Não somente a cabeça, mas o luto, o meu coração e o meu corpo precisavam desse tempo de introspecção e reflexão comigo mesmo.

Feliz vida à todos!

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