Deputado federal Luiz Nishimori sugere parceria para implementar estágio técnico em empresas japonesas

Acompanhado de Tadao Ebihara, o deputado Luiz Nishimori conversa com o ministro da Educação

No último dia 10, o deputado federal Luiz Nishimori (PL-PR) esteve reunido com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para solicitar à pasta um estudo sobre a possibilidade de o país firmar uma parceria com o Japão na área de estágio técnico para brasileiros em empresas japonesas. O presidente da Associação Brasil Nippo – que edita os jornais Diario Brasil Nippou (em japonês) e Nippon Já (em português) –, Tadao Ebihara, também participou da reunião.

“Trata-se de uma parceria entre os dois países  com o objetivo de enviarmos brasileiros para estagiarem nas empresas japonesas”, explica o parlamentar, acrescentando que os interessados devem ter cursado no mínimo o ensino médio completo e dominar a língua japonesa em nível quatro.

Segundo Nishimori, o projeto beneficiaria diretamente não só os participantes como também os dois países envolvidos e, de quebra, revitalizaria as associações nikkeis. O estágio teria duração entre 3 e 5 anos e os participantes receberiam uma remuneração equiparada à dos trabalhadores locais. Ele ressalta que as empresas arcariam com todos os custos e reforça que o salário deve ser equivalente ao do trabalhador japonês. “Mesma função, mesmo rendimento”, observa, lembrando que os participantes do programa de estágio poderão optar por uma das 14 áreas disponíveis.

“Com a experiência,  ao retornarem ao Brasil, eles poderão aplicar todo o conhecimento adquirido e, assim, contribuir para o desenvolvimento do país”, diz o deputado, destacando que, “antes de seguirem para o Japão, eles serão submetidos a um exame, que será aplicado pelo governo japonês e, somente após a aprovação, estarão aptos a estagiarem nas empresas japonesas. E é aí que entram as associações nikkeis. “Desta forma, as associações nikkeis, que todos nós sabemos estão enfrentando muitas dificuldades, também teriam condições de se revitalizarem”, conta o deputado, acrescentando que praticamente todas as associações nipo-brasileiras contam com um departamento de língua japonesa.

 

Receptivo – “O estagiário teria que estudar cerca de 280 aulas, o que corresponderia aproximadamente a um ano, para poderem chegar aptos em suas respectivas especialidades e os nihongakkos poderiam se beneficiar com isso, capitalizando recursos com cursos voltados para essa finalidade”, destaca Nishimori, explicando que o ministro “foi cem por cento receptivo”.

O deputado explicou que o Ministério não pode atuar diretamente nessa questão mas que existe um órgão subordinado à pasta que já está desenvolvendo um estudo nesse sentido. Nesse caso, porém, trata-se de um projeto mais amplo, em que os estudantes – que ainda estão cursando universidades ou que já tenham concluído o ensino superior – podem optar por estagiar em outros países. ”Ele [o ministro] demonstrou muito interesse nessa questão e ficou de estudar nossa sugestão”, disse Luiz Nishimori, que pretende reforçar seu pedido também junto às autoridades japonesas durante viagem que fará àquele país entre o final deste mês e início de abril.

“O Japão já tem um programa nesse sentido mas acredito que, mesmo se tratando de mão de obra qualificada, é algo do interesse deles pois o Japão está necessitando de trabalhadores”, conta Nishimori, acrescentando que, “se conseguirmos levar essa ideia adiante, será uma conquista inédita”.

 

Carne suína – Além dessa questão, Nishimori revelou que pretende aproveitar sua estadia no Japão –  a primeira depois de três anos – para tratar de outros assuntos, como a exportação de carne suína, principalmente do Paraná.

Recentemente, Nishimori acompanhou os representantes das indústrias de carne suína do Paraná em reunião com o embaixador do Japão no Brasil,  Teiji Hayashi, na Embaixada do Japão no Brasil, em Brasília.

Ele se reuniu também com o adido agrícola Daisuke Ogawa, representante do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação – MAFF – e esteve no Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento, onde participou de uma reunião com a ministra Tereza Cristina, com o secretário-executivo Marcos Montes, com o secretário da Defesa Agropecuária, José Guilherme e o embaixador  Orlando Ribeira.

 

Hyogo – “As reuniões foram excelentes. Tivemos um grande avanço nas negociações de exportação da carne suína paranaense. Com certeza, demos mais um grande passo para o fortalecimento das relações comerciais entre o Brasil e o Japão”, destacou o parlamentar, que durante sua viagem ao Japão deve tratar também sobre o fechamento do Escritório de Representação da Província de Hyogo no Brasil, cuja sede está localizada em Curitiba (PR).

Representante oficial da Porvíncia de Hyogo na América Latina, o escritório encerrará suas atividades no final deste mês por decisão do governador de Hyogo. “Já faz três anos que não vou ao Japão e as relações naturalmente acabam esfriando, mas se estivesse indo com frequência, certamente isso não teria acontecido”, disse Nishimori.

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