Eleito para seu 1º mandato na CMSP, Kenji Ito quer se aproximar da comunidade nikkei

No dia que esteve no Nippon Já, o vereador eleito aproveitou para conhecer o Bunkyo, onde foi recepcionado pelo vice-presidente Roberto Nishio, que apresentou algumas instalações da entidade. No final, Kenji ficou de retornar para uma nova visita – Aldo Shiguti

Entre os 20 novos parlamentares dos 55 que farão parte da composição da Câmara Muncipal de São Paulo na próxima legislatura – de 2025 a 2028 – está o policial civil Márcio Kenji Ito – que ficou conhecido como Kenji Palumbo, nome que adotou nas urnas. A associação com o delegado Mario Palumbo Júnior, hoje deputado federal – com quem trabalhou mais de 20 anos – rendeu ao nikkei do Podemos 32.495 votos.

Sansei, Kenji conta que soube que seria candidato somente em março deste ano após um pedido do próprio Palumbo para concorrer nas eleições municipais em São Paulo e ser uma espécie de representante com as mesmas características do delegado Palumbo, “cobrando e fiscalizando os órgãos públicos e estabelecimentos com materiais de procedência ilícita”.

“A gente teve praticamente seis meses para poder correr atrás do resultado, ou seja, começamos em março praticamente do zero”, disse Kenji ao jornal Nippon Já, lembrando que seu nome não era a primeira opção. “A própria esposa do Palumbo, Sabrina, estava sendo cogitada para sair candidata”, conta ele, explicando que, no jargão policial, “a missão foi paga naturalmente”.

Nascido “próximo à Vila Antonieta”, na Zona Leste de São Paulo, Marcio Kenji Ito é filho de Yaeno, de Bastos (SP), e do economista Kazuo (falecido em 2017). Caçula de três irmãos – Koichi e Celi, a mais velha, foi o único a ingressar na carreira policial “por não gostar de bandidos”. “Acho que começou, na verdade, com uma brincadeira. Antigamente, todas as crianças gostavam de brincar de polícia e ladrão. Sempre gostei de ser o policial que prendia o bandido”, conta Kenji, lamentando que hoje essa brincadeira deu lugar a realidade. “Hoje as pessoas não brincam, elas se tornam”, explica Kenji, que contabiliza 28 anos como investigador de Polícia – ingressou na Civil com 18 anos, em 1994, e tomou posse em 1996.

Antes de chefiar os dois gabinetes de Palumbo – como vereador, em 2020, e depois como deputado federal, em 2022 – Kenji trabalhou em diversos departamentos como GOE (Grupo de Operações Especiais), Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), Homicídios, Garra e GER (Grupo Especial de Reação).

Bandeiras – Aos 49 anos de idade, explica que sua principal bandeira, como não poderia deixar de ser, é a questão da segurança pública. “A gente precisava fazer um vereador na cidade de São Paulo para poder dar continuidade ao atendimento àquele projeto iniciado em 2020 porque senão fica um buraco muito grande”, conta.

Apesar disso, afirma que tem projetos voltados para todas as áreas. “Se você falar para mim, a gente só vai atuar na área de segurança? Não. Não é isso. É claro que a gente vai procurar focar na área de segurança porque é nossa bandeira. Mas São Paulo é uma cidade muito grande. Tem muita demanda também na área da saúde, que será uma outra de nossas prioridades. Com 12 milhões de habitantes, São Paulo tem problemas gigantescos e a demanda tem que ser atendida em qualquer área”, explica Kenji, acrescentando que “o vereador não pode se fechar uma bandeira só”.

“A gente tem que estar preparado para atuar em todas as áreas. Não podemos considerar que só a área da segurança está muito ruim. A saúde também não está andando muito bem. E a educação tem que melhorar muito, assim como outros aspectos sociais”, conta Kenji que,como parlamentar, espera também retomar seu contato com a comunidade nikkei.

Raízes – “Acho muito importante conhecer nossas raízes”, afirma Kenji, lembrando que esse contato com a comunidade nikkei era para ter sido feito quando iniciou o trabalho como chefe de gabinete do então vereador Delegado Palumbo.

No entanto, explica que todas as atividades estavam paralisadas por conta da pandemia. “Esse contato ficou postergado, mas já existia essa vontade de conhecer a comunidade e participar das atividades”, diz, afirmando que, quando os eventos começaram a ser retomados, Palumbo iniciava também sua campanha para a Câmara dos Deputados.

“Mas acho que tudo é vontade de Deus. Tudo tem seu tempo certo e acho que o tempo certo é agora”, explica Kenji, que agradece muito ajuda que teve do assessor Wilson Mori. Os eventos da comunidade, porém, não são exatamente uma novidade para o policial.

Undokais – O futuro vereador conta que frequentava o tradicional Clube Ipê e participou de muitos undokais na cidade de Jundiaí (SP), onde sua mãe morou depois de se mudar de Bastos, e no Nippon Country Club, em Arujá. Por sinal, conta que foi associado do maior clube nikkei das Américas, época que lembra com saudades.

Kenji conta que também tem vontade de aprender nihongo. Por enquanto,conta com o auxílio de sua assessora, Érika, que morou no Japão. “Eu pretendo um dia visitar o Japão e quando for quero estar falando pelo menos o básico”, explica Kenji, que aproveitou para conhecer também o Bunkyo.

O policial civil Marcio Kenji Ito foi eleito com 32.495 votos

(Aldo Shiguti)

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