Em Tupã, Acert comemora retorno em grande estilo do Undoukai

Comparecimento de famílias surpreendeu comissão organizadora (Foto: Divulgação)

 

Após dois anos de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Acert (Associação Cultural, Esportiva e Recreativa de Tupã) retomou no último dia 31, o Undoukai, tradicional evento cultural promovido pela colônia nipo-brasileira. A festividade aconteceu no campo de beisebol da Acert, na Rua Aimorés. O presidente da Acert, Emerson Sadayuki Iwami, destacou o trabalho de todos os voluntários e disse ter ficado surpreso com o resultado do evento. “Tivemos muito trabalho para realizar essa festividade, mas o pessoal compareceu e hoje temos muita gente participando. Fiquei realmente surpreso e a nossa gratidão é muito grande de poder receber todo esse público aqui no campo”, afirmou. “Inclusive uma pessoa que mora em São Paulo, participou do evento e disse ter ficado muito feliz ao ver esse número de pessoas participando do Undoukai”, completou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Comércio Exterior, Newton Takahara, disse que a retomada do evento foi muito positiva para o município. “Felizmente, a população e os sócios da Acert resolveram fazer o evento neste ano. Estamos vendo hoje aqui grandes frutos sendo colhidos, para continuarmos no ano que vem com mais um Undoukai”, afirmou.

 

Integração – O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Edamitsu (PSD), parabenizou toda organização do evento e voluntários que colaboraram para o sucesso da festividade. “Nesse evento, temos a integração das crianças, dos jovens, dos adultos e dos idosos que muito contribuíram com a nossa associação, comemorando os 114 anos da imigração japonesa. Esse evento é muito importante também para divulgar nossa cultura para toda a sociedade de Tupã”, afirmou. Edamitsu explicou que participa da festividade desde criança e disse que ela é muito significativa para a comunidade.

Tradição – O prefeito do município Caio Aoqui (PSD) destacou que todos os descendentes que nasceram em Tupã, tiveram o Undoukai como parte da sua infância. “É algo que passou por todas as gerações. Esse é o evento mais importante da comunidade japonesa, mas que não é restrito somente a ela. Toda a população tupãense pode participar, não só descendentes como também não descendentes. O principal objetivo dessa festividade é a unidade das famílias e fortalecer os laços de amizades”, disse. Aoqui disse que foi muito gratificante participar do evento pela primeira vez como prefeito do município. “Em 2019 eu era prefeito, mas estava em viagem e não pude participar. Em 2020 e 2021, tivemos a pandemia e, portanto, essa foi a primeira vez que participei da abertura logo pela manhã, sendo prefeito da nossa cidade”, afirmou. “Eu disse para as crianças que já estive no lugar delas participando das gincanas e hoje, estando como prefeito, sendo descendente é um motivo de muita gratidão. Isso é algo muito representativo para minha família, desde a época do meu bisavô que batalhava muito pelo Undoukai. E vamos continuar na luta para manter as tradições da cultura japonesa em Tupã”, completou.

Paralisações – Um dos presidentes de honra da Acert, professor Roberto Kawasaki, explicou que em seus 86 anos de história, o Undoukai teve duas paralisações. “O Undoukai começou em 1936 e tivemos a primeira paralisação no período da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, a festividade era realizada em um campo perto da Casa da Criança. Depois, a Acert adquiriu este terreno e passou a ser realizado aqui no campo de beisebol no pós-guerra. A segunda paralisação ocorreu por causa da pandemia e, agora, estamos retomando com as parcerias de sempre”, destacou, lembrando que nesses quase 90 anos, algumas provas foram incluídas no Undoukai para representar a realidade dos descendentes como a prova “dekasseguis”, que são os descendentes que vão ao Japão para atuação nas fábricas.

“Nessa prova, a pessoa pega uma mala e sai correndo com ela para ver quem chega primeiro na linha de chegada. Essa é a ideia que você tem que viajar, tem que chegar rápido no seu trabalho e no seu destino, que é o Japão”, afirmou. Outra prova acrescentada com o aumento das famílias é a com participação das três gerações, que incluiu os netos, pais e avós. Nessa prova, um entrega o bastão para o outro durante a o percurso da corrida.

Outras provas mais tradicionais, como o suzuwari (prova final) foram mantidas. Nessa prova, os participantes precisam quebrar um objeto pendurado, jogando saquinhos de milho ou feijão. E quem estourar o objeto primeiro vence a prova.

(Rafael Venchiarutti, especial para o Nippon Já)

 

 

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