Evento no dia 28 terá palestra sobre pedido oficial de desculpas e coleta de opiniões
Passados praticamente dois meses da sessão pública em que a Comissão de Anistia – órgão subordinado ao Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania – reconheceu oficialmente os crimes de perseguição aos direitos humanos contra os imigrantes japoneses durante a Segunda Guerra Mundial – em resposta ao pedido de reparação coletiva apresentado pelo produtor audiovisual Mário Jun Okuhara e pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil em nome de toda a comunidade nipônica – o Centro de Pesquisas da Imigração Okinawana no Brasil realizará, no próximo dia 28, a partir das 15 horas, na sede da AOKB, no bairro da Liberdade, em São Paulo, a palestra “Significado histórico do pedido oficial de desculpas do governo federal brasileiro pela perseguição aos direitos humanos dos imigrantes japoneses durante e após a guerra”.
Na ocasião, será lançado a décima edição do livro “Muribushi”, que serviu de subsídio para o processo movido por Mario Jun – bem como o documentário “Okinawa Santos” – o lado obscuro da história oculta da imigração, do cineasta japonês Yoju Matsubayashi.
Ao final da palestra, os participantes poderão contribuir para a elaboração da 11ª edição de Muribushi compartilhando sua opinião sobre o episódio.
No dia, a edição número 10, Especial Comemorativa – Exploração da História Soterrada, estará sendo vendida por R$ 50,00.
Agradecimentos – Para o presidente da AOKB, Ritsutada Takara, “a publicação do livro Muribushi é importante para registrarmos a história, o que realmente aconteceu”. Ele agradeceu, mais uma vez, ao Mario Jun Okuhara, e os membros da Comissão pela Retratação aos Imigrantes Japoneses: Eiki Shimabukuro (diretor de Assuntos Internacionais da AOKB/CCOB, ex-presidente da AOKB e membro da Comissão de Exibição do Documentário Okinawa Santos); o professor Akira Miyagui (do Centro de Pesquisas da Imigração Okinawa no Brasil e também membro da Comissão de Exibição do Documentário Okinawa Santos); Milton Sadao Uehara (ex-presidente da AOKB e membro da Comissão de Exibição do Documentário Okinawa Santos); Ana Maria Tamashiro Higa (diretora, idealizadora e coordenadora dos Fóruns e Mesas Redondas da AOKB, cujos familiares sofreram as graves violações de direitos, no episódio da expulsão ocorrido em Santos) “por suas contribuições para termos conquistado esta retratação”.
Também membro da Comissão do Processo de Retratação aos Imigrantes Japoneses, Tetsuo Shinzato destaca que “este debate e troca de opiniões será importante para consolidar o histórico deste movimento [do processo de retratação], para reforçar nossa história.”
Para o editor-chefe do livro Muribushi e representante do Centro de Pesquisas da Imigração Okinawana no Brasil, Akira Miyagi, “desde que o pedido de desculpas pelo governo brasileiro ocorreu em julho deste ano, várias mídias, nacionais e internacionais, reportaram este acontecimento histórico”. E faz um convite para que todos participem do evento no próximo dia 28 para “compartilhar que reflexões e pensamentos isso causou em cada um”.
Eiki Shimabukuro destaca que “não dá para voltar no passado e mudar o que já foi feito”. “Mas com esta retratação, acho que conseguimos pelo menos uma recuperação moral. Agora o que devemos fazer é deixar o legado através de filmes, livros e jornais para nunca mais deixar acontecer uma violência do governo”, afirmou.
(Aldo Shiguti. Colaborou: Lika Shiroma)
Palestra, lançamento da 10ª edição de Muribushi e coleta de opiniões
Quando: Dia 28 de setembro
Horário: 15 horas
Onde: Associação Okinawa Kenjin do Brasil (Rua Dr Tomas de Lima, 72 – Liberdade)
Entrada franca