‘Guerreiro’, Masatoshi Akagi morre em SP aos 92 anos de idade
O sumô perdeu uma de suas grandes referências. Faleceu no dia 19 de janeiro, em sua residência, em São Paulo, em decorrência de enfisema pulmonar, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Sumô, Masatoshi Akagi. O velório foi realizado na sede da Associação Cultural Desportiva de São Miguel Paulista (zona Leste de São Paulo) e o corpo foi enterrado no Cemitério da Saudade.
Além de presidir a CBS – assumiu em 2003, sendo seu terceiro presidente – Masatoshi Akagi comandou também a Confederação Sul-Americana de Sumô e a Federação Paulista de Sumô, além de ter sido vice-presidente da Federação Internacional de Sumô e presidente da Associação Cultural e Desportiva de São Miguel Paulista, onde atuou fortemente no ensino da língua japonesa e prática esportiva, bem como na difusão da cultura japonesa.
Natural da província de Miyazaki, no Japão, Masatoshi Akagi veio para o Brasil em 1932, com apenas um ano de vida. Sua relação com o sumô teve início ainda na juventude, na zona rural, onde praticava a tradicional arte milenar. A partir da década de 1950, já na zona urbana, passou a dedicar-se às entidades relacionadas a essa prática esportiva.
Em 2014, foi condecorado pelo governo japonês com a Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Roseta. A Cerimônia de Entrega do Diploma e da Insígnia de Honrarias do Outono do Vigésimo Sexto Ano da Era Heisei foi realizada no ano seguinte, na Residência Oficial do Cônsul Geral do Japão em São Paulo.
Na ocasião, Akagi disse que “era um grande orgulho receber tamanha honraria”. “É algo inimaginável para um imigrante que chegou ao Brasil há cerca de 80 anos, ainda no colo da mãe, receber uma honraria como esta do governo japonês”, disse Akagi, na oportunidade.
Atual presidente da Confederação Brasileira de Sumô, Oscar Morio Tsuchiya, lembra que Masatoshi Akagi assumiu a presidência da entidade num momento “conturbado da Confederação”. “Ele foi o grande responsável pela projeção e internacionalização do sumô brasileiro, tendo expandido sua atuação no sumô dos países sul-americanos”, disse Morio, acrescentando que Akagi foi um “grande guerreiro e colaborador até os últimos momentos de sua vida”.
“Realmente uma grande perda para a nossa comunidade”, lamentou o dirigente.
Casado com dona Emiko, deixa os filhos Antonio Izumi Akagi, Sandra Haruko Matsubara, Luiz Kaoru Akagi, e Walter Kiyoshi; o genro Matuzael Matsubara; as noras Lucia Takayo Akagi e Neide Satiko Akagi e cinco netos.
(Aldo Shiguti)