Exposição interativa apresenta trabalhos de uma das principais equipes criativas do Japão na Japan House

Exposição traz percepção sensorial diferenciada na JHSP (Foto: Marina Melchers)

 

A mais nova atração na Japan House São Paulo (JHSP), “O que você não pode ver – Rhizomatiks”, estreou no último dia 12 e surpreendeu o público. Com uma pegada ultratecnológica, a exposição inédita e interativa apresenta trabalhos de uma das principais equipes criativas do Japão, reconhecida internacionalmente por combinar tecnologia, análise de banco de dados e expressão visual em sua primeira passagem pela América Latina.

Conhecido por ser responsável pelas apresentações tecnológicas do grupo de j-pop Perfume, o Rhizomatiks ganhou notoriedade pela forma inovadora de uso da tecnologia e arte. Foi, inclusive, chamado para o encerramento japonês das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, com uma apresentação marcada pela mistura de realidade virtual com computação gráfica.

Com a liderança de Daito Manabe, a exposição abre com a instalação “Sensing Streams 2022 – invisível, inaudível”, desenvolvida em conjunto com o músico japonês Ryuichi Sakamoto, compositor de trilhas sonoras vencedoras. A obra detecta ondas eletromagnéticas por meio de uma antena e torna as diferentes frequências dessas ondas visíveis e audíveis em tempo real por meio de uma grande tela de LED. O público é surpreendido com o desenho da tela, bem como com a sensação sonora vinda das caixas de alto-definição com múiscas de Sakamoto.

“Ele (Daito Manabe) é muito inovador no sentido que faz pesquisa pura. Tem um laboratório que não pensa nas soluções do dia-dia, mas que produz uma nova forma de se pensar”, explica o presidente do Japan House, Eric Klug.

Outra obra surpreendente é o “Optical Walls”. Feito por Yoichi Sakamoto, o conceito, segundo ele, a ideia é trazer conceitos da natureza para perto das pessoas – utilizando, claro, a tecnolopgia. “Na natureza existem fenômenos surpreendentemente complexos a partir das ferramentas mais simples. Utilizando materiais fabricados pelo homem, ‘Optical Walls’ demonstra as leis fenomenológicas da natureza e um deslumbrante efeito caleidoscópico”, explica Sakamoto. Durante a visita, é muito difícil de falar na sensação do que se passa na câmara escura com luzes. Como escrito no começo da exposição, “O que não se vê”, esse local é um bom exemplo do que não se entende, mas se encanta pelo inesperado. Ao final, a experiência traz uma experiência natural e orgânica, mesmo sendo toda tecnológica.

Optical Walls: o conceito traz a natureza para perto das pessoas (Foto: Marina Melchers)

Já “Gold Rush” é a referência à Web 3.0. Usando os dados de comercialização de NFTs, a peça transforma todo esse fluxo de transação comercial em uma onda de dados visuais que pode ser sentida não só pelo olhar, mas pelo som vibrante ao redor. Para muitos ainda não familiarizados com essa nova internet, os NFTs são o “futuro” da arte, mas o que há de diferente (muito bem visível na obra), é a demanda de dinheiro digital. Por ser o espaço que mais conversa com o atual momento (vide a grande especulação sobre blockchain, criptomoedas e criptoarte), para a diretora cultural, Natasha Barzaghi Geenen, essa obra “dá visibilidade para o dinamismo das relações virtuais e suas tantas possibilidades”.

Físico – Também para quem gosta mais de hardware ou tecnologia pura, pode se interessar pelas peças em exposição. Itens como registros de pesquisa, desenvolvimento de projetos e acessórios do grupo fazem parte do acervo da mostra. Making-off das apresentações do grupo Perfume, por exemplo, trazem parte da movimentação de múltiplas câmera que produzem o efeito visto em shows. Há, ainda, o depoimento da coreógrafa Mikiko, responsável pela coreografia do grupo e organizadora-chefe da cerimônia de encerramento das Olimíadas do Rio. Dentre outros assuntos, há um interessante trabalho dela e sua equipe para planejar apresentações nos palcos – um prato cheio para quem gosta de música pop japonesa.

Exposição “O que você não pode ver – Rhizomatiks”

Período: 12 de julho a 2 de outubro de 2022
Custo:  entrada gratuita
A exposição possui recursos de acessibilidade.

Reservas antecipadas online são opcionais, mas recomendadas:   https://agendamento.japanhousesp.com.br

Japan House  São Paulo
Endereço: 
 Avenida Paulista, 52 – Bela Vista, São Paulo

Horário de Funcionamento: 
Terça a Sexta: 10h às 18h
Sábados: 9h às 19h
Domingos e feriados: 9h às 18h

A Japan House São Paulo permanece fechada às segundas-feiras, sem exceção, inclusive nos feriados.

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