No Bunkyo, Masayoshi Morimoto recebe Voto de Júbilo e Congratulações da Câmara Municipal
No dia 14 de agosto, em encontro realizado no Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social com o conselheiro consultivo da entidade, Masayoshi Morimoto, diretor executivo da Kaigai Nikkeijin Kyokai – entidade que promove o encontro anual dos nikkeis de todo o mundo – e ex-presidente da Sony do Brasil, o vereador Aurélio Nomura fez a entrega de Voto de Júbilo e Congratulações concecido pela Câmara Municipal de São Paulo por sua atuação destacada na formação de jovens lideranças por meio de palestras no Fórum de Integração Bunkyo (FIB), na JCI Brasil-Japão, Aliança Cultural Brasil-Japão e na Abrademi (Associação Brasileira de Desenhitas de Mangá e Ilustrações).
A recepção contou ainda com a presença do presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, e do presidente da Fundação Kunito Miyasaka, Roberto Nishio, além de membros da Comissão Kakehashi Japão-Brasil.
Em seu discurso, Aurélio Nomura falou sobre a trajetória do homenageado, principalmente no período em que Morimoto esteve à frente da Sony do Brasil. “Seu trabalho na multinacional japonesa foi impressionante, em especial sua identificação e expertise, justamente na época em que a Sony era uma das maiores empresas que nós tínhamos no país, juntamente com a NEC, que teve a atuação brilhante do Dr Renato Ishikawa”, explicou o parlamentar, acrescentando que sempre via Masayoshi Morimoto “com muito orgulho”.
“Quando se falava em rádio ou televisão sempre estavam presentes a Sony e a NEC, disputana tecnologia. Tanto que o grande sonho de todo mundo era ter alguma coisa na sua casa com essas marcas”, destacou Nomura, lembrando que, apesar de morar no Japão, sempre que pode Masayoshi Morimoto vem ao Brasil para participar de eventos. “Acredito que ele é o japonês mais brasileiro que eu conheço. No espírito e sangue japoneses pulsa um coração verde e amarelo”, disse Nomura.
Humano e sensível – Já Renato Ishikawa falou sobre Masayoshi Morimoto “enquanto pessoa”. “Percebi que ele é uma pessoa extremamente humana e com um senso de sensibilidade apurado, demonstrando conhecer tanto os jovens japoneses como os jovens nipo-brasileiros”, frisou o presidente do Bunkyo, que presenteou Masayoshi Morimoto com uma gravura do artista plástico Tomoo Handa do acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
Balanço – Em seu agradecimento, Masayoshi Morimoto fez um balanço de seus 85 anos de vida e de sua relação com o Brasil.
Morimoto disse que conheceu muitas pessoas através do FIB. “Alguns deles vêm ao Japão para participar de treinamentos da Jica e nas Convenções da Kaigai Nikkeijin Kyokai e é sempre um grande prazer reencontrá-los”, disse.
Oito valores – Acompanhado de sua esposa, Tomoko, Masayoshi Moromoto também falou sobre os “oito valores dos nikkeis” identificados pelo Projeto Geração desenvolvido pela Comissão do Projeto Kakehashi Japão-Brasil: coletividade, integridade, perseverança, respeito, aprendizado, gentileza, responsabilidade e gratidão.
Segundo Morimoto, os japoneses “atuais” compartilham a maior parte desses oito valores, “mas, agora, estão perdendo dois deles – a ‘perseverança’ e o ‘aprendizado’. “Isto é percebido facilmente pelos funcionários das empresas. Quando os novatos são colocados em cargos indesejados, tendem a pedir demissão rapidamente. Além disso, a maioria dos funcionários não toma a iniciativa na aquisição de novos conhecimentos de boa vontade”, assegurou, explicando que estas “tendências negativas se devem ao fato de as empresas japonesas ainda não terem rompido o antigo sistema de reconhecer os valores antigos para uma meritocracia, que é uma parte natural da gestão de recursos humanos em empresas brasileiras e japonesas”.
Morimoto destacou ainda que no valor “Coletividade”, existem “dois lados”. “É uma maravilha várias pessoas poderem realizar o trabalho coletivo. Mas, dar ênfase na coletividade, pode levar a ignorar o indívíduo e até mesmo a negar a diversidade”, explicou, acrescentando que um dos problemas atuais da sociedade japonesa é a “falta de tolerância à diversidade”.
Simpatia – E concluiu sua fala propondo a inclusão de mais um aos oito valores identificados: a “simpatia”. “Vocês [nikkeis brasileiros] são simpáticos comparados com os japoneses, que são gentis com pessoas do mesmo grupo, ou com clientes em potenciais, ou seja, com quem precisam manter uma relação duradoura. Porém, são indiferentes e frios com pessoas que não conhecem, comparados com os brasileiros”, finalizou Masayoshi Morimoto.
Quem é – Nascido em Osaka, é graduado por uma das maiores conceituadas Faculdades de Direito do Japão, a Universidade de Tóquio, com MBA, pela Universidade de Columbia (EUA). Foi um destacado executivo, ocupando cargos de alta relevância, como a presidência da Sony do Brasil e da Sony Manufacturing Company of América.
Sua carreira profissional de sucesso incluiu também a presidência da Aiwa Corporation, CEO da Benesse Corporation (Japão), professor de MBA da Universidade do País de Gales, Unidade do Japão e conselheiro Senior para o Desenvolvimento Econômico do Governo da Nova Zelândia. Recebeu o Diploma de Honra ao Mérito do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão pela contribuição na promoção das relações Brasil-Japão.
(Aldo Shiguti)