By Walker Smith & Steven Bardin – Fotos de Radiografias: Steven Mapel, DVM
Por: Mauro Yoshiaki Novalo
Para auxiliar principalmente na devolução dos peixes – com maiores chances de sobrevida – o alicate de contenção costuma ter o seu design atualizado de tempos em tempos e apesar de anos de desenvolvimento, tem pescadores que o consideram perigoso para este procedimento. Obvio para qualquer ferramenta, se mal utilizada pode provocar mais danos do que propriamente o benefício para a qual fora destinada.
E o boga grip é um que pode passar de herói para vilão num piscar de olhos. Alguns pescadores, defensores do pesque solte, insistem que o melhor é não manusear os peixes com este acessório, esquecendo que mesmo que utilize somente as próprias mãos, no caso de estarem secas, podem causar danos irreversíveis também.
Experiências desenvolvidas por biólogo e veterinários sinalizaram alguns caminhos.
O experimento foi proposto e conduzido por Steven Bardin, um dos principais biólogos e proprietário da Texas Pro Lake Management, assessorado por dois veterinários: Drs. Casey Locklear e Steven Mapel.
Para avaliar os efeitos sobre os peixes eles focaram em alguns detalhes. “Nós queríamos imitar a forma do corpo e a anatomia do peixe comum no país”, disse Bardin. “Assim, capturamos peixes em um lago privado que eu pessoalmente administro. Em seguida, selecionamos os indivíduos que pesavam entre 2 e 6 libras com um peso relativo de 100 a 125 por cento”.
“O peso relativo é um escore de condição corporal que os biólogos pescadores usam para comparar o peso real de um peixe com o que ele deve pesar com base em seu comprimento.”
Uma vez que os sujeitos do teste foram capturados e seus pesos relativos calculados, Locklear e Mapel radiografaram a ação em quatro posições comuns utilizadas para segurar o peixe nas pescarias: horizontalmente – com uma segunda mão apoiando o peixe; verticalmente – com pressão mínima na mandíbula; verticalmente – com o auxilio do alicate de contenção; verticalmente – com os dedos de certa forma aplicando maior pressão na mandíbula inferior.
Com base nas imagens radiográficas, os veterinários não observaram nenhum osso quebrado na mandíbula inferior apesar de serem mantidos em variadas posições. Após uma discussão mais aprofundada com a equipe, explicaram que os ossos quebrados não são tão prováveis mas existiria a possibilidade de lesões dos tecidos moles nesta situação.
“Há pouco material de referência ou estudos sobre lesões de tecidos moles em um maxilar inferior, então tentamos cuidadosamente isolar articulações específicas e junções ósseas – locais potenciais para lesões”, disse Bardin. “Essas áreas de interesse são lugares onde a pressão excessiva provavelmente seria aplicada, ocasionando excesso de extensão da articulação. As áreas potenciais de preocupação no maxilar inferior foram a sínfise mandibular, localizado centralmente onde os ossos dentários esquerdo e direito se encontram, e as articulações onde os ossos angulares e o quadrado se encontram”.
“A sínfise mandibular não é uma articulação, mas um local onde dois ossos se encontram com cartilagem entre eles. Eles não são fundidos como o maxilar inferior de um humano, então há uma mobilidade leve nessa área”. O pescador profissional Gary Klein, solicitado para acompanhar o experimento, mencionou que ele realmente pegou peixes no passado que tinham uma separação visível dessa sínfise.
“No que diz respeito às articulações, identificamos a articulação entre os ossos angulares como uma grande preocupação. Esta não é a única articulação em que podem ocorrer lesões de tecidos moles, mas é uma articulação primária que controla a abertura e o fechamento da boca. Parece que esta seria a articulação que realmente teria maior probabilidade de deslocamento “.
“Devido à falta de pesquisa da indústria, honestamente não sabemos como uma lesão como essa afeta um peixe, nem compreendemos completamente o período de recuperação dessas lesões”, disse Bardin. “Para os seres humanos, torcer um tornozelo, deslocando um ombro ou qualquer outra lesão nos tecidos moles pode levar muito mais tempo para reparar e recuperar do que uma ruptura de um osso. Na verdade, essas lesões podem aumentar o potencial de reinvenção, e em muitos casos, causar maior instabilidade. Apesar disso peixes com estas lesões provavelmente nadarão e parecerão completamente normais”.
Também é importante entender o impacto que o tamanho do peixe tem em uma possível lesão pois o maxilar do maior peixe radiografado fez um “pop” audível quando foi colocado na posição vertical exagerada. Na sequência do estudo, este peixe também apresentava uma dilatação visível na sínfise mandibular considerada anormal. Dano não observado em exemplar de peso menor para a mesma posição.
Considerações – Antes de manusear o peixe com as mãos, umedeça-as com água do local e exerça apenas o necessário de pressão, para segurá-lo com segurança.
O ideal é segurá-lo horizontalmente, com a outra mão apoiando seu peso.
Manter o peixe, desde que seja de pequeno porte, verticalmente apoiado pela mandíbula por pouquíssimo tempo é aceitável.
É recomendado liberar o peixe sem retirá-lo dágua. Caso for fotografar, organize para deixar o espécime fora do seu ambiente natural o menor tempo possível.
Ótimas pescarias!!!19
Apoio
Deconto Iscas Artificiais www.morodeconto.com.br
Maré Iscas www.mareiscas.com.br
Moro Fishing www.morofishing.com.br
Uhobby www.uhobby.com.br