Relembre: imigrantes japoneses sofreram perseguição e discriminação durante a Guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, a situação dos imigrantes de origem alemã, italiana e japonesa no Brasil foi profundamente afetada por medidas governamentais de segurança nacional. Em 1942, com a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados, o governo brasileiro implementou uma série de restrições direcionadas especificamente a essas comunidades, com a justificativa de que poderiam colaborar com as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) em caso de ataques ao território brasileiro.
Entre essas medidas, uma das mais severas foi a proibição de que os imigrantes dessas nacionalidades residissem em cidades litorâneas. A preocupação do governo era que, estando próximas ao mar, essas comunidades pudessem fornecer informações estratégicas e suporte logístico a submarinos e navios de guerra inimigos. As cidades litorâneas, consideradas pontos críticos para a defesa nacional, tornaram-se áreas restritas para alemães, italianos e japoneses, independentemente de sua lealdade ou tempo de residência no país.
Dentre as três nacionalidades afetadas, os japoneses formavam a maior comunidade nas regiões costeiras do Brasil. Concentrados principalmente em estados como São Paulo e Paraná, muitos desses imigrantes e seus descendentes trabalhavam na agricultura e na pesca, atividades intimamente ligadas ao litoral. A proibição de residirem nessas áreas causou um impacto em suas vidas, forçando-os a abandonar suas casas, propriedades e meios de subsistência de maneira abrupta e sem compensação adequada.
Além da relocação forçada, a comunidade japonesa enfrentou outras formas de repressão e discriminação. Houve detenções arbitrárias, restrições severas à liberdade de expressão e associação, e práticas de tortura. Bens e propriedades de japoneses foram confiscados, levando muitos ao empobrecimento.