Centro de Chado Urasenke do Brasil realiza cerimônia Hatsudate

Hatsudate e Shinnenkai do Centro de Chado Urasenke do Brasil reuniu autoridades

Localizado na região da Bela Vista (Região Central de São Paulo), o luxuoso e sofisticado Hotel Rosewood foi palco, no dia 15 de janeiro, do Hatsudate – A Primeira Cerimônia de Chá do Ano – do Centro de Chado Urasenke do Brasil. Na ocasião, foi realizado também o Shinnenkai (Festa de Confraternização de Ano Novo). O evento contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Ryosuke Kuwana; do representante chefe da Jica Brasil, Masayuki Eguchi; do presidente do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Renato Ishikawa, entre outros, totalizando cerca de 100 pessoas, que puderam vivenciar uma experiência única: a demonstração e degustação do chá.

A sala, decorada com arranjos florais (ikebana) de Elida Goto Sigaki e Ivete Rinai, e um kakejiku (pergaminho japonês) onde se lia: “Que a Harmonia Preencha todos os Espaços” – escrito pelo XV Grão Mestre do Urasenke de Kyoto, Japão, Sen Genshitsu, recebeu pequenos grupos que se revezavam para vivenciarem momentos de paz e reflexão.

Como disse o cônsul geral em seu discurso: “A pandemia nos fez perceber que atos do dia a dia que consideramos tão comuns eram, na verdade, muito importantes para todos nós”. E prosseguiu: “Antes da pandemia, encontrar familiares, amigos e colegas era considerado algo natural e muito rotineiro, enfim, nada de especial. Mas esse período muito difícil para todos nós nos tornou plenamente cientes da sua importância. Essa percepção nos evoca a expressão em japonês ichigo ichie, um ditado que nos ensina que cada encontro, cada momento da nossa vida é único, por isso a importância de viver cada momento, cada encontro plenamente apreciando seu valor e preciosidade”, explicou Ryosuke Kuwana, acrescentando que “o chado tem ensinado essa verdade por séculos: a essência da espiritualidade da cultura japonesa”.

Ele lamentou não ter aprendido muito sobre a etiqueta da cerimônia do chá, mas afirmou que é “profundamente grato” a sua mãe, que praticou essa arte durante décadas e transmitiu o sabor do machá, “esse pensamento básico do chado”. E finalizou explicando que “cada encontro é um milagre criado por inúmeras coincidências, um evento realmente difícil de acontecer”.

“Nesse sentido, a cerimônia do chá proporciona um momento milagroso”, disse o cônsul, que manifestou sua gratidão aos representantes Soichi Sensei, Sokei Sensei e Soen Sensei por terem se esforçado arduamente durante décadas para divulgar e popularizar a cerimônia do chá e assim transmitir o espírito japonês no Brasil.

Presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa destacou que, “para nós, dirigentes da comunidade nipo-brasileira, a cerimônia do chá é uma feliz oportunidade para renovarmos nossas energias juntos para mais um ano de intensas atividades”. “Também é momento para prestar a nossa reverência à incansável dedicação dos mestres e aficionados na preservação da difusão da cultura japonesa em nosso país, em especial a cerimônia do chá , o chado”, salientou Renato Ishikawa.

 

Aceitação – Para o mestre Soichi Hayashi, “a razão pela qual a cerimônia do chá é cada vez mais aceita não só no Brasil, mas em todo mundo, apesar das diferenças e costumes e culturas de cada país, seja, provavelmente porque ela tem em sua essência uma natureza extremamente humana”. “Dezenas de milhares de anos atrás, nossos ancestrais viviam em cavernas e habitações simples. Neste ambiente, o fogo já era o centro da vida humana, onde as pessoas comiam, bebiam, e se comunicavam compartilhando as suas emoções entre si, sejam elas de alegria, raiva, tristeza ou felicidade”, disse, explicando que “esses hábitos e costumes antigos e universais da humanidade estão intrinsecamente incorporados à cerimônia do chá”.

Segundo Soichi Sensei, “na nossa prática, esse conjunto de costumes ancestrais é combinado com importantes elementos espirituais, tais como a harmonia, o respeito, a pureza e a tranquilidade”. “Com a adição de elementos estéticos, como a apreciação de flores e utensílios de chá, a cerimônia  do chá tem o poder de transformar tempos da vida agitada e instáveis em momentos gratificantes e insubstituíveis, nesta era da TI eficiente e do desenvolvimento digital”, destacou Soichi Hayashi.

Responsável pelo Kanpai, o presidente do Kenren, Toshio Ichikawa, pediu para que todos refletissem individualmente sobre seus projetos de vida e os guardassem para si. Em seguida, fez o kanpai.

(Aldo Shiguti)

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