Brasil tem sete novos ‘Embaixadores da Boa Vontade Uchinanchu’
Depois de dois anos de espera, o 7° Festival Uchinanchu foi realizado entre os dias 31 de outubro e 3 de novembro em Okinawa. Milhares de descendentes de okinawanos do mundo e de várias províncias do Japão participaram do evento que deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado devido a pandemia.
No domingo (30), véspera da abertura, tradicionalmente aconteceu o “Uchinanchu Parade”, o desfile de várias associações de Okinawa Kenjin do mundo e do Japão. O Brasil contou com mais de 50 pessoas vindas diretamente do Brasil que se juntaram com os estudantes bolsistas brasileiros que atualmente estão na província.
O grupo do Brasil era o mais animado, o som da bateria formada em sua maioria por japoneses contagiou o público ao ritmo do samba. Por onde passavam, aplausos e muita gente tentando “sambar”, era possível ouvir muitas vezes um “obrigado” em português dito por um japonês.
A professora de inglês casada com japonês, Flávia Ishikawa, se mudou há um ano para Okinawa com o marido. Ela ficou sabendo do evento quando chegou a província, mas não tinha noção da participação do Brasil.
“Depois que me mudei tive noção do que é a comunidade brasileira para os okinawanos. Estou muito feliz e muito orgulhoso, porque Okinawa é o melhor lugar para se viver. Eles são muito calorosos como a gente do Brasil”, disse Flávia.
Para o esposo, mesmo sendo japonês, participar pela primeira vez do festival no grupo do Brasil foi animado. “Estou animado com o samba e a dança brasileira”, disse.
A abertura oficial aconteceu no dia primeiro de novembro, devido ao mal tempo, foi restrito aos convidados. O presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, Ritsutada Takara, discursou em nome das entidades de todo o mundo.
“É uma honra estar em Okinawa pela primeira vez. Quero agradecer e felicitar o governo de Okinawa por promover o sétimo festival, que permite a integração das comunidades okinwenses, fortalecendo e consolidando os laços com a província de Okinawa”, disse.
O Festival foi criado em 1990 e acontece cada cinco anos, como honrar o mérito dos descendentes de Okinawa que estão pelo mundo como patrimônio humano; além de expandir e desenvolver a rede uchinā através da interação com os cidadãos de Okinawa; reunindo-se em Okinawa; reafirmar as origens e a identidade, e principalmente transmitir às próximas gerações.
Novos Embaixadores – A cada edição do festival são eleitos os Embaixadores da Boa vontade Uchinanchu, um título não somente para os descendentes, mas para aqueles que amam Okinawa e sua cultura. Nesta edição, foram nomeados 35 novos embaixadores, sendo sete do Brasil.
São eles: Marcos Seiki Teruya, Vanessa Shiroma Chinen, Rui Kozo Shibana, Crystia Proença, Dirce Kimie Genka, Eduardo Kanshro e Nilton Kyoshi Shirado.
O evento encerrou dia 2 de novembro, com apresentações culturais e saudações para o próximo uchinanchu a ser realizado em 2025, retomando período inicial de cinco em cinco anos.
(Silvio Mori, especial
para o Nippon Já)