Erika Tamura – Mulheres

 

Desde que cheguei ao Brasil, em maio, tenho visto na mídia brasileira vários casos de crimes contra a mulher. A palavra feminicídio nunca esteve tão em uso, como agora.

Sinceramente detesto dividir os assuntos por gêneros! Acho que a minha visão é tão igualitária, que não me sinto bem falando de méritos e deméritos relacionados à gêneros. Porém devo ressaltar que, quando uma pessoa é agredida, violentada e desrespeitada pela sua condição, seja ela qual for, deve haver uma punição para tal crime.

É interessante a questão cultural neste assunto, cada vez mais os casos de crimes contra a mulher, tem ganhado as manchetes dos noticiários. E é cada absurdo que vemos…

A questão cultural da qual me refiro, se diz ao âmbito da minha experiência, vivo no Japão, trabalho em uma ONG e vejo na prática as diferenças.

O Japão, por ser uma cultura milenar, ainda tem traços machistas enraizadas no seu cotidiano. Não estou falando mal, de maneira nenhuma, apenas relatando a realidade.

Eu, como mulher e estrangeira, enfrento inúmeras dificuldades no dia a dia da vida no Japão. Não é fácil! Já chorei, já me desesperei, já desanimei, porém nunca desisti (embora quisesse), pois a partir do momento que entendi que essa é a cultura deles e eu não posso mudar, apenas respeitar, tirei um peso de cima de mim e consigo trabalhar de forma mais leve.

O Brasil, é um país mais livre, onde as mulheres são mais independentes, tanto no pensamento como na ação, mas percebo que isso não significou a isenção de violência para algumas.

Tenho que aproveitar o artigo e ressaltar a força feminina! Apesar de não querer distinção por gêneros, temos que reconhecer o poder feminino!

Quando as mulheres se propõem a fazer algo, são excelentes!

São tantos exemplos… mas gostaria de citar um: Lucila Koga, a primeira mulher a ser presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Araçatuba!

É tão motivador quando ficamos sabendo de exemplos assim, pois a questão não é o desmerecimento masculino, mas sim o fato do espaço conquistado. Afinal, se estamos em 2022 e, somente agora a Ordem dos Advogados elegeu a sua primeira mulher como presidente, é sinal de que um obstáculo (ou vários) foi vencido, não é mesmo?

Claro que temos muitos outros exemplos do empoderamento feminino, mas citei a Lucila porque em um local outrora predominantemente do universo masculino, não é fácil a mulher ter voz. Não é fácil ser minoria, não é fácil ser capaz e muitas vezes ser subestimada.

Tudo isso me fez pensar na capacidade de superação do ser humano, e no caso da mulher então, essa capacidade toma proporções imensuráveis. Pena que algumas mulheres não saibam disso, não têm consciência de tamanha força.

Uma vez, Shinzo Abe (então primeiro ministro do Japão) ao visitar o Brasil em missão governamental, disse que ficou impressionado com a força das mulheres brasileiras. E com isso, gostaria que em seu governo houvessem mais mulheres nos cargos ministeriais.

Fica aí a dica!

 

 

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