Balanço da final do Mundial por Equipes realizada na Coreia do Sul

Equipe feminina com Bruna, Giulia, Bruna Takahashi e Franck (da esquerda para a direita) – Divulgação

 

Como já era previsto, tanto no masculino como no feminino, a China foi a grande campeã do Campeonato Mundial por Equipes realizado em Busan, na Coreia do Sul, de 16 a 25 fevereiro. Porém, com uma ressalva que citarei em seguida.

No masculino, a China venceu pela 23ª vez, sendo que a primeira foi em 1961 – e poderia ter vencido todas – mas explicarei porque perdeu em 1967, 1969, 1973, 1979, 1989, 1991, 1993 e 2000. A hegemonia é total: venceram as últimas 12 edições devido aos seus 26 milhões de mesa-tenistas federados e o nível técnico que conseguiram atingir, aliado a excelente organização da Confederação chinesa.

Não foi campeã em 1967 e 1969 porque não foi, devido a uma guerra fria entra a China Taiwan (Taipei) e a China Nacionalista, portanto, quando ia uma, a outra deixava de participar. Em 1973 e 1979, surgiu uma tecnologia europeia revolucionária no esporte que a China desconhecia: a famosa e lendária cola rápida, que de 1971 a 1979, somente os europeus usavam – deixava os golpes quase 20% mais fortes devido a essa cola a base de solvente (agora proibida).

Em 1989, 1991 e 1993, foram dois fatores. Primeiro, uma geração de melhores mesa-tenistas da história, dois suecos Jan Owe Waldner (considerado o melhor de todos os tempos) e Jorgen Persson ganharam e foram tricampeões por equipes, e o segundo, porque até esta década, de 80 a 90, os chineses não sabiam jogar longe da mesa – se adaptaram ao novo estilo e voltaram a vencer em 1995.

A última derrota da equipe chinesa foi em 2000, quando desprezaram os velhinhos suecos Waldner (35 anos) e Persson (34) e era um período de transição, ou seja, troca de geração.

Já no feminino, a discrepância é enorme em relação aos demais países: foram 24 títulos, sendo que era para ter vencido todos na sequência desde 1975 – perdeu apenas em 1991, para as duas Coreias unidas, que jogaram com uma bandeira única, e devido ao estilo ultrapassado de ficar em golpeando em cima da mesa, e em 2010 para equipe de Cingapura, que, na verdade, eram chinesas naturalizadas.

Marcos Yamada, Ishida, Theodoro, Ishiy e Paco.

 

Baixas – Neste Mundial, a China sofreu várias baixas, tanto que o único jogador invicto no masculino foi Fan Zhendong, número um do mundo que teve na final uma situação dificílima com dois match points a favor do jovem Frances Alexis Lebrun, onde ele conseguiu virar.

Outro fator foi na semifinal contra a Coréia do Sul, que vantagem no marcador por 2-1 na contagem geral, mas sofreram a virada e acabaram derrotados por 3 a 2. Nunca os chineses sofreram tanto para serem campeões.

No feminino idem, ficou atrás do marcador por 1 a 2 contra a Índia, e 1 a 2 contra o Japão na final, nunca passaram tanto aperto, já que nenhuma chinesa saiu invicta, muito raro esse feito. Pois geralmente ganham todos os jogos por 3 a 0.

Brasil – Destaque especial para a equipe feminina do Brasil, liderada pela Bruna Takahashi (21ª no ranking Mundial), que obteve a melhor colocação da história em mundiais, ficando entre as 16 melhores na 1ª Divisão. Vencendo a Hungria por 3 a 1 entre os 32 e perdendo para a Coréia do Sul por 3 a 1.

A jovem equipe masculina fez uma boa apresentação, sem Calderano, saindo do grupo para a chave principal, mas perdeu entre os 32 para a Croácia.

Enfim, parabéns a todos!!!!

Num balanço geral, este foi um dos melhores mundiais que presenciei (24 vezes) em organização, apresentação e instalações, porem como citei anteriormente pobre em participações com poucos países, 30% do que era anteriormente.

Engo Marcos Yamada
(enviados especial)

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