Brasil conquista cinco medalhas no Mundial; equipe Júnior é destaque

Equipe Júnior foi vice-campeã mundial

A delegação brasileira de sumô retornou do Campeonato Mundial de Sumô, disputado nos dias 7 e 8 deste mês, em Tóquio, no Japão, com uma excelente campanha. Os brasileiros conquistaram cinco medalhas na competição, sendo três de prata e duas de bronze.

As pratas vieram na categoria Júnior, com Paulo César Freitas de Oliveira Jr, da Regional Sudoeste, no peso médio individual masculino, e na categoria Adulto Feminino, com a experiente Luciana Watanabe, da Regional Nova Central, no peso médio individual.

A terceira medalha de prata veio na disputa por Equipes na categoria Júnior.

Já as medalhas de bronze foram conquistadas na categoria Junior Masculino com o peso pesado Mateus Lopes Amaral, da Regional Rio Grande do Sul, e com a peso médio Ingrid Harumi Amaral Sugawara, da Regional Sudoeste, também na categoria Júnior.

Apesar de não terem conquistado medalhas, também foram destaques a Absoluto Elisa Nakaya, da categoria Júnior Feminino, da Regional Sudoeste; o também Absoluto Kaio Soares, da categoria Júnior, da Regional Noroeste; Alex Nakaya, da categoria Adulto Médio Masculino, da Regional Sudoeste, e Rui de Sá Júnior, da categoria Adulto Pesado, que, apesar de ser do Paraná representa a Regional São Paulo.

Show – Uma das mais experientes do grupo, a agora peso médio Luciana Watanabe disse que “o nível do Mundial estava altíssimo”, mas que “os brasileiros deram show”. A atleta da Nova Central lamentou o resultado final. “São coisas que acontecem em um Mundial”,  disse a lutadora, que desenvolve o projeto “Lutas como Forma de Educação – Sumô Suzano” com apoio da prefeitura de Suzano.

Luciana explicou que, por ter subido de categoria de peso há pouco tempo – do leve para o médio – não conhecia muito as adversárias. Mesmo assim, superou a americana Madison Nicole Guinn e a atleta de Taipei Hsin Yen Kuo e só parou na ucraniana Karyna Kolesnik.

Lendas – “Vou ter que aprimorar alguns detalhes para enfrentar as europeias”, conta Luciana, que conquistou seu melhor resultado em Mundiais e, de quebra, viu seu aluno Daniel Augusto Dias, conquistar outra prata para o Brasil com a segunda colocação da equipe júnior.

Felicidade só comparada pelo que ela classificou de “três milagres”: ter participado da cerimônia de aposentadoria do Kaisei Itiro – e, inclusive ter subido no palco para cortar o seu cabelo – ter conhecido várias lendas do sumô e a oportunidade de ter treinado com uma das melhores lutadoras de sumô do mundo.

“Tenho que agradecer muito a todos que nos ajudaram, em especial as empresas Senshin, Varejão Kamikaze e Nikkei Braz, que patrocinaram nosso uniforme, algo que não acontecia desde que comecei a competir fora”, disse Luciana, que faz um apelo às empresas: “É muito triste – e difícil – ter sempre que conciliar a preparação com a correria para conseguir dinheiro para viagem para representar nosso país lá fora. Desta vez conseguimos levar todo mundo, mas a maioria teve que fazer alguma ação para viajar enquanto em outros países os atletas podem se dedicar apenas aos treinos. Então, fica o recado para as empresas nos apoiarem”, comentou Luciana.

Caminho certo – Para o sensei Flavio Tooru Kosaihira, que participou do Mundial como árbitro e técnico da seleção brasileira, a Confederação Brasileira de Sumô está no caminho certo. “No Júnior, o Brasil foi destaque, o que mostra que temos uma boa geração chegando”, disse Tooru, explicando que ficou decepcionado com a atuação da Mongólia, que mostrou estar decadente.

“Por outro lado, a Ucrânia dominou a competição”, explicou, lembrando que, “pelo segundo Mundial seguido conseguimos conquistar um número expressivo de medalhas”. “A pandemia teve um impacto muito forte no sumô em todo o mundo, mesmo assim conseguimos manter o número de medalhas do Mundial anterior e fiquei muito feliz com a participação da seleção brasileira em Tóquio”, disse Tooru, referindo-se ao Mundial de Osaka, em 2019, quando o Brasil também conquistou cinco medalhas.

“Ano que vem o Mundial é na Polonia e desde já vamos começar a nos preparar para manter o nível alto do nosso sumô”, afirmou Tooru.

Para o presidente da CBS, Oscar Morio Tsuchiya, o desempenho da equipe brasileira, principalmente dos juniores, “é motivo de grande esperança para o sumô nacional”. “Todos da equipe Júnior participaram pela primeira vez de um Mundial e só foram derrotados pela equipe japonesa. Nas disputas individuais os atletas juniores também tiveram atuações excepcionais o que nos dá a certeza de um futuro promissor”, comemora o dirigente.

Luciana Watanabe foi prata no peso médio

(Aldo Shiguti)

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