Brasileiros participam de programa ‘Jovens Líderes Nikkeis’ a convite do Mofa

Programa Próxima Geração de Líderes Nikkeis do Mofa conta com participantes do Brasil, México, Argentina, Chile e Peru

O vereador Rodrigo Goulart (SP), a professora de Manaus, Érica Tomioka e o empresário Leonardo Massuda, de Goiás, foram selecionados pelo governo japonês para participar de um programa do Ministério dos Negócios Estrangeiros (Mofa). O embarque aconteceu no último dia 13 e o retorno está previsto para este domingo (22). Além do Brasil, participam do programa “Próxima Geração de Líderes Nikkeis” representantes do México, Chile, Peru e Argentina, totalizando sete selecionados.

“É uma honra ter sido um dos escolhidos para representar a comunidade nipo-brasileira”, disse  o vereador Rodrigo Goulart ao Nippon Já, explicando que o grupo já teve oportunidade de se reunir com várias autoridades japoneses, “tanto do Mofa como do Gabinete do Primeiro-Ministro”.

“Também nos reunimos com algumas autoridades que já passaram pelo Brasil, como a ex-cônsul Hitomi Sekiguchi, o ex-embaixador Akira Yamada e o também ex-cônsul Yasushi Noguchi”, disse o parlamentar, afirmando que a agenda previa também visitas ao Congresso e a membros da família imperial.

Ponte – No dia 16/10, o primeiro dia de visitas oficiais incluiu uma reunião com o vice-secretário chefe do Gabinete do Japão, Moriya Hiroshi. Ele expressou sua esperança de que os participantes possam ampliar ainda mais as redes nikkeis em seus respectivos países, além de atuar ativamente como líderes da comunidade nikkei, servindo como pontes entre o Japão e a América Central e do Sul. Moriya enfatizou ainda que o orgulho dos nikkeis em suas raízes japonesas contribui para o desenvolvimento de diversos países na América Central e do Sul, transmitindo respeito pela comunidade nikkei, o que, por sua vez, se traduz em respeito ao Japão nessas regiões.

Exemplo – Goulart conta que a última vez esteve no Japão foi em 2012, na ocasião, com a família, quando assistiu o Corinthians conquistar o Mundial da Fifa ao vencer o Chelsea por 1 a 0. Para ele, que ainda tem parentes no Japão, tanto os participantes de outros países como o próprio governo japonês colocam o Brasil “em outro patamar” ao se referirem à imigração japonesa. “Eles usam a saga da imigração japonesa no Brasil e a contribuição dos pioneiros e seus descendentes como exemplo”, disse o vereador.

“Com esta viagem, espero aperfeiçoar o que já aplicamos em nossas comunidades, agora com uma responsabilidade maior por ser um colaborador do governo japonês e também por ser um agente público”, disse Goulart, acrescentando que o grupo participou da “63ª Convenção dos Nikkeis e Japoneses no Exterior”, realizado na capital japonesa entre os dias 16 e 18 deste mês. “O Brasil, por sinal, esteve muito bem representado, com uma delegação numerosa e tendo à frente o presidente do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social), Renato Ishikawa”, destacou o vereador.

Os três representantes brasileiros (Erica Tomioka, Rodrigo Goulart e Leonardo Massuda) com a ex-cônsul Hitomi Sekiguchi

Amazonas – Representante do Amazonas, a professora Érica Tomioka, da Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista, l, de Manaus, ressaltou que pretendia mostrar como funciona o ensino da língua no estado, além de mobilizar os representantes japoneses no intuito de conseguir mais apoio para a formação dos professores nativos, por meio de cursos, treinamentos para os profissionais que já trabalham na rede, entre outros.

“Espero ter a oportunidade de explicar mais sobre as escolas bilíngues públicas do Amazonas, principalmente, as escolas com ensino da língua japonesa, que foi a língua pioneira neste projeto. Dessa forma, busco levar mais visibilidade e, quem sabe, despertar o interesse do governo e das escolas de lá em oferecerem intercâmbios para os nossos alunos”, explicou.

Homenagem – Fundada em 1980, a Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Djalma Batista passou a atuar como umas das escolas de tempo integral da Secretaria de Educação e Desporto Escolar, desde 2006. E, em 2016, sob a direção do professor Orlando Moura, a Eeti se tornou a primeira pública bilíngue Português-Japonês do Brasil.

Presente na primeira turma de Letras em Língua Japonesa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e a única formada da rede estadual na época, a professora Érica recebeu a oportunidade de ingressar como coordenadora do ensino bilíngue na unidade.

Ela contou que tem uma imensa gratidão ao professor Orlando, que lutava contra o câncer e faleceu no último dia 30 setembro. “Eu esperava poder mostrar fotos dessa viagem pessoalmente ao professor Orlando Moura, que é um dos causadores por eu ter tido este convite. Ele foi um dos pesquisadores e escritores da proposta bilíngue no nosso estado”, explicou.

(Aldo Shiguti, com informações do Governo do AM)

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