Renato Ishikawa planeja preparar sucessor e dar continuidade às atividades do Bunkyo

Trabalho, criatividade, ousadia, resiliência e a força dos jovens foram as ferramentas usadas pelo Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – para superar as adversidades de mais um ano dificíl e conturbado ainda por conta da pandemia. Dois mil e vinte e um, que começou desafiador – em que as entidades e associações precisaram se reinventar para sobreviverem em meio à crise – trouxe também a vacina e, com ela, a esperança de dias melhores.  De certa forma, o otimismo é explicado pela retomada dos eventos presenciais, que começaram a ocorrer gradativamente a partir de novembro.

“Vamos começar 2022 realmente muito bem. Eu, pessoalmente, estou muito otimista, assim como o pessoal também. Otimista por que? Porque já temos um planejamento de atividades para este ano e acredito que isso é sinal que estamos tendo organização”, disse Renato Ishikawa, referindo-se às propostas apresentadas pelas 31 comissões da entidade. O Plano das Atividades para 2022 prevê a conclusão da obra do Pavilhão “Kazuo Harasawa” e a primeira fase de implantação do Projeto de Sustentabilidade do Kokushikan (Legado 110 Anos) – ambos no Parque Bunkyo Kokushikan (antigo Centro Esportivo Kokushikan Daigaku) – inauguração do Museu de Arte Nipo-Brasileiro Bunkyo e o Centro de Convivência para Pessoa Idosa, além de promover o desenvolvimento de novas lideranças para que possam dar continuidade aos projetos culturais e assistenciais da entidade.

 

Bunka Matsuri Verão – Para este mês de janeiro, a novidade da Comissão do Bunka Matsuri é a realização do Bunka Matsuri de Verão – Festival da Cultura Japonesa no Kokushikan, em São Roque, que já abriga o Sakura Matsuri e, mais recentemente, o Festival da Primavera.

Já para o próximo mês de fevereiro está prevista a 14ª Grande Exposição de Arte Bunkyo.

 

Pavilhão Japonês – O Pavilhão Japonês, que em 2024 completará 70 anos de existência, também deve dar continuidade  ao seu projeto de melhorias, que inclui a instação de um bicicletário. Outra ideia é desenvolver e consolidar as relações com as instituições governamentais na esfera municipal, estadual e federal visando a sustentabilidade e desenvolvimento de novos projetos.

Vale destacar que o Pavilhão Japonês, que reabriu suas portas para o público em outubro com a Exposição Bonsai – Forma e Tempo – foi um dos responsáveis pelo pequeno superávit apresentado pela entidade no balanço de 2021.

Para o presidente do Bunkyo, um dos grandes trunfos do Pavilhão foi a instalação do café e da venda de lembranças. “Isso estimulou ainda mais as pessoas a visitarem o espaço, além de dar uma outra visibilidade ao Pavilhão”, disse Renato Ishikawa, revelando que “futuramente” ainda cabe um restaurante no local.

Não à toa, ele conta que, “apesar de tudo que aconteceu, em 2021 conseguimos realizar todos os eventos que estavam programados, de forma híbrida ou online”. “E isso nos deu uma satisfação muito grande”, explica o presidente, admitindo que, se 2021 não foi dos melhores, especialmente na questão financeira, “dentro das circunstâncias fez com que entrássemos bem em 2022”.

 

Modernização – Segundo ele, os eventos virtuais, se por um lado não traz receita financeira, “alcança um número maior de pessoas, não apenas de São Paulo como também de outros Estados”. “Acho que devemos pensar em dois momentos: o primeiro é na divulgação e depois na receita financeira”, destaca Ishikawa, que também se mostrou entusiasmado com o projeto de modernização da entidade.

“Acredito que a modernização passa também pela cabeça da Diretoria e funcionários, através de estímulo e treinamento do pessoal do escritório. Isso não acontece de repente, de uma hora para outra, mas é um novo olhar deste pessoal, ou seja, todos estão trabalhando de forma mais participativa, mais animada . É isso que precisamos”, diz o presidente, lembrando que, nas reuniões tem insistido muito nesse tema, “principalmente no Comitê de Relacionamento e no Comitê de Jovens”.

“Isso acaba criando uma mentalidade moderna. Estamos saindo da caixa”, assegura Renato Ishikawa, que destaca também a ajuda providencial e oportuna do governo japonês através do Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Jica (Japan International Agency Cooperation) às entidades que estavam enfrentando dificuldades por conta da pandemia. Como exemplo, ele cita a própria TV Bunkyo que, por sinal, “está indo muito bem”.

Outros temas relevantes foram o Bunkyo Rural e a participação dos jovens. Sobre o braço agrícola da entidade, Renato Ishikawa disse que, com o presidente Nelson Kamitsuji, um ex-cooperado, “estamos tendo mais adesões”.

 

Sucessor – Já sobre o protagonismo dos jovens ele faz questão de frisar que “hoje, seguramente, não temos nenhum evento que não tenha a participação de jovens”. Precisamos valorizar cada vez mais essa participação. Sem medo de errar, podemos afirmar que hoje o Bunkyo está nas mãos dos jovens. São eles que estão colocando a mão na massa e nós, da velha guarda, estamos valorizando muito esse trabalho.”, disse Renato Ishikawa, acrescentando que “não vejo nenhuma restrição para que os jovens possam crescer mais ainda dentro do Bunkyo”.

Segundo ele, crescer mais ainda no sentido de ocupar até mesmo a presidência da entidade. “Nossa atual Diretoria tem dez jovens abaixo dos 40 anos de idade. Isso nunca aconteceu na história do Bunkyo e acredito que a tendência – e também um desejo meu –é que um jovem possa assumir esse cargo e temos jovens preparados e capacitados para isso. E, nós, líderes, temos obrigação de prepararmos o nosso sucessor. Estamos caminhando para isso. Tenho ainda mais um ano e meio de mandato e até lá espero que desponte um jovem que possa tocar o Bunkyo. Hoje o Comitê Jovem é um dos comitês mais importantes dentro do Bunkyo e acredito que dentro desse grupo sairá um presidente ainda”, assegura Renato Ishikawa, afirmando que, caso a situação se normalize este ano, a primeira coisa que pretende fazer é voltar a visitar as associações fora de São Paulo. “Trata-se de um planejamento que tinha iniciado quando assumi mas que tive que interromper por conta da pandemia. Mas gostaria de retomar essas visitas assim que possível porque elas fazem parte do nosso programa de relacionamento”, antecipou o presidente, que prevê um 2022 “ainda muito incerto”.

 

Otimismo – “Mas eu sou otimista. Vejo que 2022 poderá ser um ano muito bom para todos nós. É claro que precisamos continuar tomando os mesmos cuidados que vínhamos tomando, como usar máscaras e lavar as mãos. Mas vejo 2022 como um ano da redenção. “Apesar do aumento da inflação e da taxa de juros, espero que a economia cresça. Mas o mais importante é a geração de novos postos de trabalho”, conta Renato Ishikawa, para quem a vacina continua sendo o instrumento mais importante para evitar o contágio e salvar vidas.

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