Em visita ao Nippon Já, novo cônsul geral quer ‘resgatar espírito dos pioneiros’

Novo cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu quer conhecer as associações nikkeis – Aldo Shiguti

Depois de praticamente duas semanas no país – desembarcou em território brasileiro no dia 14 de novembro – o novo cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, aos poucos está se familiarizando com a comunidade nikkei. Desde que assumiu o cargo, ele já visitou o Ireihi (Memorial em Homenagem aos Imigrantes Pioneiros Falecidos), mantido pelo Kenren (Federação das Associação de Províncias do Japão no Brasil), Pavilhão Japonês, mantido pelo Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – ambos no Parque do Ibirapuera, na zona Sul de São Paulo –, participou da cerimônia do 5º Aniversário do NEB (Nikkey Empreendedores do Brasil) e conheceu a saga dos pioneiros japoneses no Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, onde, aliás, esteve duas vezes – na abertura da exposição Arigatô, Café!, no dia 21, e por ocasião de uma visita ao presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa.

Nesta segunda oportunidade, conta que teve oportunidade de apreciar a história dos imigrantes com mais detalhes. “Já tinha estado em outras oportunidades, mas desta vez fiquei por quase duas horas”, explicou o novo cônsul nesta terça-feira (28), durante visita à redação do Nippon Já, onde esteve acompanhado da vice-cônsul, Akiko Kikuchi.

Redescoberta – Falando bem o português – fruto de sua estadia no Brasil de 2004 a 2007, quando serviu na Embaixada do Japão em Brasília, inicialmente como primeiro secretário e depois como conselheiro – ele esteve ainda em 2014, na comitiva que acompanhou a visita do então premiê japonês Shinzo Abe, Toru Shimizu disse que nesta visita mais detalhada ao Museu “redescobriu” a sensação experimentada pelos imigrantes no século 20.

Ficou particularmente entusiasmado ao ser informado que o saco de juta, muito utilizado para o transporte de café, era feito a partir da fibra introduzida no Brasil por imigrantes japoneses. Segundo ele, poucas pessoas devem ter conhecimento desse fato. Por isso, revelou que um de seus projetos é utilizar as redes sociais para divulgar, por exemplo, informações como essa.

Redes sociais – Por falar em redes sociais, Toru Shimizu já mostrou que pretende fazer uso dessa ferramenta para conversar com os jovens nikkeis e com a sociedade brasileira. Em uma postagem recente do Consulado do Japão, ele aparece com a camisa da seleção japonesa falando sobre a isenção de visto para turistas com duração de até 90 dias.

Sobre a cerimônia no NEB – associação que reúne empresários e empresas de diversos segmentos – o cônsul disse que ficou impressionado com o destaque de tantos profissionais descendentes de japoneses nas mais diversas áreas.

Durante a visita ao Nippon Já, ele lembrou ainda que, antes de vir ao Brasil conversou com diplomatas que já passaram pelo país para colher informações. “Todos têm ótimas lembranças do Brasil”, assegura Toru Shimizu, que preferiu não comentar sobre uma eventual visita do atual premiê japonês, Fumio Kishida, ao Brasil no início de 2024. Disse apenas que seria “oportuno” uma visita de um primeiro-ministro no contexto bilateral dez anos depois da passagem de Abe ao Brasil.

Para finalizar, Toru Shimizu disse que pretende estreitar os laços com a comunidade nipo-brasileira e que quer vivenciar as peculiaridades das associações que fazem parte da jurisdição do Consulado. “Estou muito feliz de retornar ao Brasil, desta vez como cônsul”, afirmou Toru Shimizu, acrescentando que pretende “resgatar o espírito dos primeiros imigrantes, de respeito e gratidão”.

(Aldo Shiguti)

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