Na abertura, 37º Akimatsuri destaca parcerias e exalta voluntários

Cerimônia de abertura do 37º Festival de Outono Akimatsuri contou com o tradicional ritual do Kagami Biraki – Aldo Shiguti

Realizado pela Associação Cultural de Mogi das Cruzes (Bunkyo), em seu Centro Esportivo, o 37º Festival de Outono Akimatsuri prossegue neste final de semana (13 e 14) com expectativa de receber cerca de 120 mil pessoas nos quatro dias de evento. De acordo com a Comissão Organizadora, o primeiro final de semana (6 e 7) registrou um movimento intenso.

Como sempre acontece, antes da abertura oficial foi celebrada uma Cerimônia Budista (Ireissai) pelo bispo Hoomei Saito, do Budismo Primordial, que no Ofício Memorial aos Imigrantes Pioneiros Falecidos falou sobre o tema deste ano do Akimatsuri: “Ikigai” (que pode ser traduzido como “Harmonia”, “Longevidade” e “Satisfação Plena”).

Segundo o religioso, “ter o privilégio da vida é o nosso maior Ikigai”. Para ele, a expressão pode ser facilmente encontrada na Internet e pode ser interpretada sob vários pontos de vista. Para uns, conta, o “Ikigai” é a família enquanto para outros pode ser o sucesso no trabalho. Ou, ainda, ter amigos e uma vida social saudável. “Enfim, o Ikigai depende de cada pessoa e todas são válidas”, afirmou, acrescentando que “a vida é nossa maior dádiva, nossa maior riqueza e a base de tudo”.

Abertura – Em seguida, os convidados se dirigiram até o palco principal do Akimatsuri para a cerimônia de abertura, que contou com a presença do prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha; do cônsul para Assuntos Políticos e Gerais do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Daisuke Hattori; do novo representante chefe do Escritório da Jica (Japan International Cooperation Agency) Brasil, Akihiro Miyazaki; do vice-presidente do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Roberto Nishio (representando o presidente da entidade, Renato Ishikawa); o deputado federal Rodrigo Gambale; o deputado estadual Marcos Damásio; vereadores, entre eles o presidente da Câmara Municipal, José Francimário Vieira de Macedo, o Farofa; e o decano Pedro Komura; a secretária municipal de Cultura, Claudinéli Moreira Ramos; o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, e o coordenador do Akimatsuri, Daniel Aoyagui, além de patrocinadores e colaboradores.

Na ocasião, o Bunkyo de Mogi prestou homenagens ao “Patrono do Akimatsuri”, Haruhiko Yamamoto, e ao diretor da Escola Modelo do Bunkyo de Mogi das Cruzes, Isao Akiyoshi.

Cônsul Hattori participa do Ofício Memorial aos Imigrantes

Lei de Incentivo à Cultura – Em seu discurso, o presidente do Bunkyo, Frank Tuda, não escondeu sua ansiedade explicando que a Comissão Organizadora estava trabalhando nos preparativos da festa há um ano. Ele explicou que o Akimatsuri é um evento que envolve muitas pessoas e que seria “humanamente impossível” realizá-lo sem apoio institucional e financeiro. Tuda destacou especialmente a Lei de Incentivo à Cultura de Mogi das Cruzes e às emendas parlamentares. Segundo ele, para a edição de 2025, o Akimatsuri já tem garantido cerca de R$ 200 mil da Lei de Incentivo à Cultura e R$ 800 mil de emendas parlamentares, através de recursos destinados pelo deputado estadual Marcos Damásio e pelo deputado federal Rodrigo Gambale. “Trabalhamos antecipadamente para tentar amenizar os custos fixos, que são muito altos para um evento deste porte”, disse Frank Tuda ao Nippon Já.

Festa completa – O deputado estadual Marcos Damásio, aliás, lembrou que “são 37 de uma história que teve a participação direta de muitos mogianos que deixaram um legado para a cidade”. “Estar aqui é motivo de grande alegria e satisfação. Esses eventos da comunidade japonesa fazem parte da nossa história e da nossa cultura”, disse o parlamentar, acrescentando que o Akimatsuri já ultrapassou fronteiras e deixou de ser uma festa apenas de Mogi e do Alto Tietê.

Já o deputado federal Rodrigo Gambale enfatizou que o Akimatsuri “é uma festa completa”, que agrega cultura e apresenta o agronegócio. Ele lembrou que em 2023 o evento recebeu um público de 122 mil pessoas nos quatro dias; contou com a participação de cerca de 800 voluntários; gerou 1.200 empregos diretos e indiretos e reuniu 120 expositores de produtos e serviços.

O presidente da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, Francimário Vieira, que representou o Legislativo Municipal, exaltou a organização do evento e a visibilidade japonesa que existe na Câmara e na cidade. Em seguida, Farofa “quebrou o protocolo” e passou a palavra para o vereador Pedro Komura por conta de sua representatividade dentro da comunidade japonesa.

Elo de ligação – Pedro Komura frisou que a Câmara Municipal é o “elo de ligação entre o Poder Público, que é a Prefeitura, e toda a comunidade  afim de levar melhorias para a população da zona rural. “Mogi das Cruzes é hoje um dos grandes produtores de flores, de hortaliças e se destaca na produção de cogumelos, de nêspera, enfim, é um grande produtor agrícola e os agricultores precisam de apoio do poder público pra conservar as estradas e lidar com a questão da segurança da zona rural, além de ajuda para escoar a produção. E a Câmara Municipal faz esse elo”, frisou Pedro Komura.

Secretária municipal de Cultura, Claudinéli disse que o Akimatsuri “é uma das melhores oportunidades para mostrar a importância da Lei de Incentivo à Cultura”. Ela destacou a importância da união de vários parceiros para que a festa possa acontecer e trazer  crianças de escolas públicas e abrir espaços também para os idosos.

Conexão – Daisuke Hattori, que assumiu o cargo este ano, manifestou sua felicidade pela oportunidade de participar do Akimatsuri, “que é um símbolo da profunda conexão existente entre o Japão e o Brasil”. “É motivo de muita admiração e alegria observar como a cultura japonesa tem se tornado cada vez mais querida e presente na vida dos brasileiros, mesmo passados 115 anos após o início da imigração”, disse o cônsul, afirmando que “isso só foi possível graças à dedicação da valorosa comunidade nikkei, que tem cultivado e transmitido com respeito às tradições e valores dos nossos ancestrais, bem como ao acolhimento caloroso da sociedade brasileira aos imigrantes e à cultura japonesa”.

“Acredito que através de festividades como o Akimatsuri, aberto a confraternização à toda a população -, o Japão e o Brasil continuarão se aproximando ainda mais, por isso agradeço a comunidade muito brasileira da região e toda a população de Mogi Cruzes por serem parte fundamental do laço que vem sendo construído entre os nossos países ao longo das décadas”, concluiu Daisuke Hattori.

Cerimônia Budista abriu o 37º Festival de Outono Akimatsuri

Pioneiros – “Representando duas entidades” – a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social e a Fundação Kunito Miyasaka – Roberto Nishio, explicou que o Bunkyo é uma das entidades que congrega a maior comunidade japonesa do Brasil e que conta com 28 diretores regionais, entre eles Shigueru Matsumoto, do Bunkyo de Mogi, enquanto a Fundação Kunito Miyasaka é um órgão que foi constituído exatamente para poder ajudar as entidades da comunidades nipo-brasileira no desenvolvimento de suas atividades.

E destacou a importância do Akimatsuri citando o censo de 2022, no qual o IBGE constatou que a comunidade nipo-brasileira hoje é constituída de 2 milhões de 700 mil pessoas. “Certamente dentro desses 2 milhões de 700 mil, excluindo a cidade de São Paulo, Mogi das Cruzes deve ser uma das maiores e mais fortes de nossas comunidades. E esse Akimatsuri, para mim pessoalmente, representa a expressão, a grande representação, o grande esforço que os pioneiros e imigrantes japoneses fizeram para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.

Privilégio – Por fim, o prefeito Caio Cunha explicou que “um dos privilégios de ser prefeito, que eu tenho tido, é poder me aproximar cada vez mais da comunidade japonesa”. E contou sobre uma viagem que fez ao Japão no ano passado, quando a comitiva de Mogi visitou as cidades de Seki e Toyama, com as quais Mogi mantém convênios de cidades-irmãs.

“O que está acontecendo aqui hoje e ao longo de muitos anos em Mogi das Cruzes é muito especial. Nós estamos reforçando cada vez mais a parceria com o Bunkyo para a realização do Akimakusuri. E é muito fácil ser parceiro desse pessoal. Digo que é muito fácil a parceria com eles por conta da organização, por conta da transparência. E isso é fruto de uma cultura. Nessa viagem que nós fizemos ao Japão, ficou muito claro o quanto que a comunidade japonesa nos abençoou ao longo desse último centenário com a sua cultura, com a sua força, com o seu espírito de respeito e de lealdade e de força”, disse o prefeito, que destacou a presença da Prefeitura no Akimatsuri através de um estande especial da Coordenadoria de Turismo. Durante a festa, os visitantes poderão conhecer os atrativos turísticos de Mogi das Cruzes em um espaço especialmente montado na festa. É possível participar de passeios guiados até o Casarão do Chá.

Gratidão – Ao Nippon Já, Cunha disse que o Akimatsuri é uma festa tradicional. “A gente fica muito feliz com sua realização porque a cada ano que passa a gente vê mais estrutura, mais gente vindo visitar e cada vez mais gente de outra cidade. Temos, por exemplo, muitas caravanas do Vale do Paraíba e da Capital, o que reforça a nossa cultura, reforça a nossa tradição e nós só temos gratidão à toda a equipe do Akimatsuri”, salientou o prefeito.

Dois finais de semana – Realizado desde sua 28ª edição (2013) em dois finais de semana com o intuito de proporcionar mais conforto e comodidade aos visitantes, o Akimatsuri oferece exposição agrícola, dança, música e culinária japonesa.

Praça de alimentação ficou lotada logo no primeiro dia

(Aldo Shiguti)

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