Para os homenageados, Prêmio Paulista é um reconhecimento ao trabalho

A cerimônia de entrega do Prêmio Paulista ‘Honra Nikkei, Social, Cultura e Esporte’ é sempre um momento marcante para os homenageados. E nessa 66ª edição não foi diferente. Realizado no dia 4 de março, no Grande Auditório do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – pela Associação Brasil Nippo, jornais Associação Brasil Nippou (em japonês) e Nippon Já (em português) com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura da Cidade de São Paulo, Bunkyo, deputado federal Luiz Nishimori, Walter Ihoshi, e vereadores Aurélio Nomura e George Hato, e patrocínio da Fundação Kunito Miyasaka, Hospital Japonês Santa Cruz e Dr. Kenji Kiyohara, o Prêmio Paulista presta um reconhecimento e é um incentivo para quem o recebe.

Este ano foram 38 homenageados escolhidos por suas respectivas associações e/oun instituições. “Famoso ou anônimo”, todos tem uma história para contar. História de dedicação, superação e amor ao que fazem.

Como é o caso do dirigente de kendô, Noboru Sato, que contabiliza 51 anos dedicados à modalidade e um dos colaboradores pela criação e formação do Departamento de Kendô do Bunkyo, onde está praticamente desde o início. “O kendô ajuda a melhorar não só a parte física como também a parte mental”, conta ele, explicando que o Brasil, apesar da forte concorrência surgida nos últimos anos, ainda continua fazendo bonito no cenário internacional.

Reconhecimento – Para o presidente da Associação Maringaense de Tênis de Mesa, diretor técnico da Aliança Cultural Brasil-Japão do Paraná e conselheiro da Federação de Tênis de Mesa do Paraná, Atilio Akio Hashimoto (Colônia Esporte), que veio de Maringá especialmente para a cerimônia, o Prêmio é um “um reconhecimento muito grande pelo pouco que a gente faz pelo esporte e pela colônia japonesa”. “Fico muito honrado com essa premiação”, disse ele, que estava acompanhado dos também homenageados do Estado do Paraná, o presidente da Federação Paranaense de Beisebol e Softbol Miguel Ossami Nishihara e do 1º Secretário do Conselho Deliberativo da Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba, Hatiro Tamaru.

Para o vereador Coronel Marcelo Vieira Salles, o Prêmio Paulista ocupará não só o lugar “mais importante” de sua casa, mas, principalmente, “estará no meu coração para que eu me lembre da época que fui muito feliz enquanto subprefeito da Sé, quando tive apoio da colônia daqui no centro de São Paulo”.

Renovação – Homenageado na Categoria Honra Nikkei, o presidente da Enkyo, Paulo Saita, também destacou os trabalhos dos homenageados Jorge Ajifu (Sociais), membro do Conselho Deliberativo da Enkyo e vice-presidente da Comissão Administrativa da Casa de Repouso – Santos Kosei Home, e do membro da Comissão Administrativa da Casa de Repouso Suzano – Ipelândia Home (Enkyo), Takatsugu Fujimura.

Golfista amador há 40 anos, Massami Uyeda Júnior empresta seus conhecimentos também para o Bunkyo, onde exerce o cargo de 1º Secretário na gestão do presidente Renato Ishikawa. “O Prêmio representa o reconhecimento da necessidade de trazermos gente nova para a comunidade, gente nova para o voluntariado, para as sociedades associativas e beneficentes. Ou seja, representa muito mais o propósito do que a própria pessoa”, destacou Massami Uyeda.

Recomeço – O técnico de sumô da Noroeste, Eneas Martins Costa Soares, agradeceu a Confederação Brasileira de Sumô “pela confiança no nosso trabalho na Noroeste paulista”. “Hoje temos a grata satisfação de ter o sumô novamente em nove municípios da região. Em 2019, quando nós reiniciamos o trabalho, participamos do Brasileiro, no Bom Retiro, com apenas oito atletas. Era um recomeço. Hoje são cerca de 120 praticantes entre crianças e adolescentes alcançados por este projeto, que é gratuito para meninos e meninas a partir de seis anos de idade”, explicou Eneas, afirmando que, atualmente a dificuldade tem sido encontrar instrutores capacitados para atender a demanda.

“Nós estamos ensinando as pessoas novamente a gostar de sumô. A Confederação Brasileira de Sumô nos confiou este trabalho e nós estamos procurando fazer, dentro da nossa realidade, o melhor possível, desde o atendimento até o treinamento para as crianças, com uma didática completamente original, ou seja, nós não descaracterizamos o sumô. As nossas crianças elas são exclusivamente praticantes de sumô, isto é, elas não migram de outras modalidades. Elas são preparadas genuinamente no sumô e é isso que tem trazido grandes resultados para a nossa região”, afirmou Eneas.

Apelo – Com participação em quatro Olimpíadas (Pequim, Londres, Rio de Janeiro e Tóquio), o mesa-tenista Gustavo Tsuboi explicou que ficou bastante feliz com a homenagem. “É um reconhecimento pela minha longa carreira”, disse ele, admitindo que, “como todos os atletas”, também enfrentou muitas dificuldades, “além de barreiras que tive que quebrar”.

“Tenho bastante admiração pelos nossos antepassados que, do nada, conquistaram as coisas com muito esforço e construíram todo esse legado. Acredito que o esporte é uma ferramenta importantíssima para preservar essa cultura de trabalho duro que os nossos antepassados deixaram”, disse Tsuboi, que atualmente encontra-se em fase de transição entre a carreira de jogador e a de técnico no Life Pong.

Ânimo – Já o professor e dançarino Satoru Saito agradeceu toda a comunidade nikkei e afirmou que “continuarei trabalhando firme em prol da cultura japonesa e da okinawana aqui no Brasil, em especial, o ryukyu buyo”.

Presidente da UPK – União Paulista de Karaokê – Tiyomi Takase acredita que o Prêmio Paulista serve como uma “injeção de ânimo” para continuar ainda com afinco em seu trabalho em prol a manutenção e divulgação da arte do karaokê. “Com o apoio, empenho e colaboração de todas as Regionais, gradativamente vamos trazer de volta todos os cantores que pararam durante a pandemia”, disse Takase.

(Aldo Shiguti)