Sayuri Ohashi conquista terceiro título do Grand Prix

Cerimônia de Abertura do 29º Concurso de karaokê do Estado de São Paulo evento reuniu cerca de 500 cantores em Prudente – Aldo Shiguti

Realizado nos dias 17 e 18 de fevereiro, na Acae (Associação Cultural, Agrícola e Esportiva) de Presidente Prudente, o 29º Concurso de Karaokê do Estado São Paulo, o Paulistão, consagrou, mais uma vez, o talento de Sayuri Ohashi, da Regional Sul I. Ela conquistou o título do Grand Prix pela terceira vez. A primeira foi em 2020, na 26ª edição, realizada em São Bernardo do Campo. Em 2022 ela conquistou o bicampeonato no 27º Paulistão, no Parque Maeda, em Itu.

Na disputa por Equipes, a Regional Noroeste totalizou 9.643,08 pontos contra 9.117,58 da Leste a vice-campeã, e conquistou o título depois de 21 anos – a última vez tinha sido em 2003, em São José do Rio Preto, na edição do Paulistão. A terceira colocação ficou com a Centro-Oeste, que somou 9.116,11 pontos.

A cidade de Presidente Prudente voltou a sediar uma edição do Paulistão depois de 22 anos, sendo a primeira na Acae – em 1998 (4º Paulistão) e em 2002, (8º) foram realizadas no Campus da Universidade do Oeste Paulista.

Este ano foram cerca de 500 cantores inscritos, praticamente o mesmo número do ano passado, em Barueri, o chamado “Paulistão da Retomada Total” – após uma interrupção em 2021 e a realização em formato híbrido em 2022.

Time de apresentadores do sábado 

Presentão – Os dirigentes da Acae e da Regional Sorocabana comemoraram a realização do 29º Paulistão em Presidente Prudente. Ao Nippon Já, a coordenadora Yoko Ueiti disse que “trazer o Paulistão para Prudente foi um presentão da UPK”. “Normalmente a gente é que viaja para longe. Desta vez estamos tendo a oportunidade de sermos os anfitriões e esperamos que tudo corra bem”, disse Yoko, que ficou bastante emocionada na cerimônia de abertura.

Segundo ela, o desfile dos Representantes Regionais e suas respectivas porta-bandeiras e a execução dos hinos nacionais do Japão e do Brasil foram momentos que certamente serão eternizados. “Fiquei emocionada porque as pessoas não imaginam o trabalho que dá realizar um evento desses. Você precisa correr atrás de patrocínio, de verbas… Mas, graças a Deus a Regional Sorocabana e as empresas colaboraram muito”, explicou a coordenadora, que destacou a “união” como segredo para o sucesso.

Gongo – Na cerimônia de abertura, aliás, o apresentador Tetsuo Yoshimoto “quebrou o protocolo” ao lembrar de uma passagem nos anos 1958/1959, quando ele e seu irmão mais velho saíam para arrecadar alimentos que seriam ofertados pelo pai, Takeo Yoshimoto, no Nodojiman que acontecia no extinto cine-teatro Fênix, na mesma Presidente Prudente.

“Os cantores precisavam muita coragem, pois, além de não terem os mesmos recursos que existem hoje, eles eram eliminados na hora, através do gongo”, contou Yoshimoto, explicando ainda que os vencedores tinham que percorrer cerca de 16 horas de trem até São Paulo para participarem da grande final, uma espécie de Paulistão daquela época.

União – Já a presidente da UPK agradeceu o empenho de todos, em especial dos coordenadores Yoko Ueiti, Auro Ueiti e Neuza Sato (São Paulo), do presidente da Comissão Organizadora, Pedro Mizutani, da Regional Sorocabana e o apoio do sensei Nobuhiro Hirata”.

“Quando o pessoal do Interior topa fazer, a gente tem que apoiar. E, olha, todo mundo se desdobrou para que o evento fosse realizado aqui”, revelou Tiyomi Takase. Segundo ela, a UPK vem trabalhando para que o número de participantes alcance os mesmos patamares de antes da pandemia. “Felizmente a Covid, apesar de não ter desaparecido totalmente, não tem sido fatal. Se bem que deixou muitas pessoas com sequelas… Mas estamos chamando a criançada para participar e gradativamente estamos retornando com a mesma força de antes”, disse.

Desafio – Presidente da Associação Cultural Nipo-Brasileira da Alta Sorocabana, Yoshinori Yassuda explicou que era seu primeiro grande desafio após assumir a Diretoria da Hansoro, em janeiro deste ano. “Se nós fomos escolhidos para este cargo é porque temos condições de assumirmos grandes desafios”, comentou Yassuda, acrescentando que, “ou a gente acerta ou a gente erra”. “Trabalhamos em equipe e também aprendemos muito com nosso antecessor, Toshio Koketsu, que continuas nos ajudando”, explicou Yassuda.

Capricho – Já o presidente da Acae, Pedro Gushiken, não escondia sua preocupação. Ele justificou que o “forte” da Associação é o beisebol, modalidade que costuma ocupar quase todo calendário do clube. “Quando temos oportunidade de realizarmos um evento diferenciado como o Paulistão, temos que caprichar na decoração. É uma motivação para todos nós”, disse, lembrando que “sempre era cobrado para que pudéssemos sediar uma edição do Paulistão”. E a construção do camarim, no ano passado, foi decisivo.

“Durante a semana, instalamos oito climatizadores no salão para suavizar um pouco a temperatura. E acho que conseguimos”, disse, referindo-se ao calor de quase 35º graus no ambiente externo.

Kasato Maru – Representando o presidente do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Renato Ishikawa, o diretor da entidade, Celso Mizumoto manifestou agradecimento pelo convite e após percorrer de carro os cerca de 550 km que separam a capital paulista de Presidente Prudente, observou que “o canto agregado ao fundo musical tem grande poder de transmissão de sentimentos”.

“O som da buzina do Kasato Maru na solenidade das comemorações dos 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil levou muitas pessoas às lágrimas; palavras não transmitiriam esse grande sentimento”, disse, explicando que “a capacidade de percepção do artista é fundamental no uso de tons, no momento certo, para a transmissão dos sentimentos”.

Em Prudente, Sayuri Ohashi conquistou seu terceiro título de Grand Prix em Paulistões – MÁRCIA TOMITA/JORNAL DAS NAÇÕES

Gratidão – Por fim, coube ao prefeito Ed Thomas encerrar a série de discursos. O chefe do executivo disse que o Paulistão é uma tradição que “não pode ser perder. “Não é simplesmente cultura, é vida. É vida que ferve, que floresce”, frisou. Referindo-se à presença japonesa no país, lembrou que “essa gente chegou aqui como colônia e hoje é comunidade”. “Passaram a fazer parte das nossas vidas. E Hoje a gente não tem condições de viver sem a comunidade japonesa”, destacou, acrescentando que “Prudente tem como fundadores Marcondes [Coronel José Soares Marcondes] e Goulart [Coronel Francisco de Paula Goulart], os nossos pioneiros, mas nós temos a comunidade japonesa presente nesses 110 anos”.

“É gratidão pura. Não quero lembrar aqui da tristeza das bombas de Hiroshima e Nagasaki, da tristeza que a guerra produz, mas da alegria da chegada do Kasato Maru. O navio chegou e transformou a vida da gente. Enquanto os brasileiros se abraçam – e esse é o nosso costume –, o curvar não é só um cumprimento, é respeito puro, é humildade pura que nós fomos aprendendo. E aprendemos tanto que nós abaixamos a cabeça, nós chegamos e abraçamos”, explicou o prefeito.

Legado – Para ele, o Paulistão não só movimenta a economia local como também deixa um importante legado cultural.  “O legado que fica é a história de cada um que subiu nesse palco e de cada um que foi voluntário para ajudar”, disse, explicando que ele próprio tem uma forte ligação com a comunidade japonesa.

Shokonsai – “É uma ligação de gratidão. E quis Deus que a gente estivesse prefeito e estar prefeito em um evento tão maravilhoso desses em Presidente Prudente”, destacou o prefeito, que antes de finalizar lembrou ainda “um dos programas mais bonitos que apresentou no SBT”. “Foi o Shokonsai, em Álvares de Machado. Maravilhoso. Imagens lindas. Aquela vela que não se apaga, aquela chuva que não vem nesse dia. Essa é a nossa Presidente Prudente, e não é só Presidente Prudente, são mais de 50 municípios trabalhados, cuidados e ajudados por essa comunidade, por essa gente maravilhosa que já superaram as churrascarias do Brasil com os restaurantes japoneses”.

Homenagens – Como destaques, no sábado, foram homenageados o participante mais idoso, Noboru Mizutani, de 98 anos (tio do vice-presidente da UPK e presidente da Comissão Organizadora, Pedro Mizutani), e as gêmeas Isabella e Gabriella Tamura, de três anos, as mais jovens.

Balanço – Para Tiyomi Takase, o balanço foi extremamente positivo. “Esse 29º Paulistão transcorreu muito bem, terminando até antes da previsão. O Grand Prix foi memorável, com grandes apresentações”, destacou Tiyomi, que agradeceu a todos da Comissão Organizadora, jurados, Daí Pro “e a equipe da Cláudia Midori”.

(Aldo Shiguti)

RESULTADOS E PREMIAÇÃO

Veterano E3: Reiko Motomura (Centro) KS, Paulo Suzuki (Centro-Oeste);

Veterano E2: Tadashi Ando (ASCDBXS) KS, Kazue Sakakibara (Oeste);

Veterano E1: Nanko Hino (Centro-Oeste) KS,Chinobu Tada (Noroeste);

Infantil A: Emily Aota (Central);

Infantil B: Júlia Kitagushi (Central);

Infantil C: Giovanna Takaki Mazuco (Centro-Oeste);

Infantil D: Antônio Hanamoto (Paulista);

Infantil E: Mayumi Tamura (Leste);

Tibiko A: Kaori Yokota (Noroeste);

Tibiko B: Alana Ayumi Ito (Mogiana);

Tibiko C: Pedro Oshiro (Leste);

Veterano D2: Noriko Kurimoto (Sul II);

Veterano D1: Emilio Goto (ABCDBXS) KS, Edson Michida (Sul I);

Pop: Lirika (Norte) KS, Cláudia Midori (Central);

Veterano C2: Terumasa Saito (Centro-Oeste) KS, Mario Hideshima (Norte);

Veterano C1: Sergio Tanigawa (Centro) KS, Francisco Utsunomia (ABCDBXS);

Veterano B: Fernando Asato (Norte) KS, Mayumi Takahashi (Central);

Veterano A: Yuji Hiroshi (Centro-Oeste) KS, Sandro Barros (Sul II);

Juvenil B: Mayumi Yassumura (Centtro-Oeste) KS, Lucas Kokuba (Leste);

Juvenil A: Melissa Uehara (Leste) KS, Livia Fugice (Norte);

Adulto B: Sayuri Ohashi (Sul I) KS, Paulo Aoki (Paulista);

Adulto A: Harumi Miyamura (Sul II) KS, Kazutoshi Suzuki (Noroeste);

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