VII Katsura Matsuri celebra os 110 Anos da Colonização e homenageia destaques

Presidente da ACNBI, Milton Nomura discursa durante a cerimônia de abertura evento à altura de sua importância – Aldo Shiguti

Realizado pela Associação Cultural Nipo-Brasileira de Iguape (ACNBI) e Prefeitura de Iguape, com apoio da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo e apoio institucional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) e da União Cultural e Esportiva Sudoeste (UCES), nos dias 10, 11 e 12, no Centro de Eventos “Prefeito Casimiro Teixeira”, a sétima edição do Katsura Matsuri (Festival de Katsura), destacou os 110 anos de instalação da “primeira colônia japonesa no Brasil (1913-2023)”, no bairro Jipovura de Iguape.

O evento resgatou a história da Colônia Katsura e proporcionou uma imersão na cultura japonesa através de oficinas e workshops, música, danças, bazaristas, demonstrações de artes marciais e comidas típicas japonesas. Um Espaço de Memória da Colônia Katsura contou um pouco da história da colônia através de fotos e registros.

Espaço de Memória Katsura Matsuri contou um pouco a história da colônia

A programação teve início na sexta-feira, 10, com a realização de um bingo beneficente. No sábado e domingo (11 e 12), o apresentador e artista Nobuhiro Hirata comandou as atrações de palco que teve como ponto alto o “Show Integração”, com participações do grupo de taikô Requios Gueinou Doukoukai, o grupo Yosakoi Tomodachi da Associação Nipo-Brasileira de Araçatuba, o Grupo de Dança Katsura no Saisei e do astro mirim Yudi Morita, campeão da categoria Tibiko B do 36º Concurso Brasileiro da Canção Japonesa realizado pela Abrac em julho deste ano, na cidade de Mogi das Cruzes (SP).

Também foram bastante aplaudidos pelo público as apresentações do Tottori Shan Shan Kassa Odori, Kenkô Taissô, Ryukyu Koku Matsuri Daiko, Akatsuki Band e dos alunos e instrutores do Okinawa Shorin-Ryu Karate-Do Kobudo Jyureinkan do Brasil sob o comando do sensei Flávio Vicente de Souza, além dos cantores Ricardo Nakase e dos mágicos Ossamá Sato e Fujinkan do The Oriental Mágic Show.

Abertura – Coube aos músicos da Banda Municipal Maestro Aquilino Jarbas de Carvalho a execução do hino nacional brasileiro, que antecedeu a abertura oficial, no sábado. A cerimônia contou com a presença do prefeito e vice de Iguape, respectivamente, Wilson Almeida Lima e Salvador Barbosa; o vereador Dhyego França; o presidente da Uces, Silvio Furukawa; o presidente da Fenivar (Federação das Entidades Nikkeis do Vale do Ribeira), Toraju Endo; o diretor do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura japonesa e de Assistência Social), Celso Mizumoto (representando o presidente da entidade, Renato Ishikawa); o presidente do Bunkyo de Registro, Makoto Kawajiri; o deputado estadual Paulo Corrêa Jr e o prefeito de Pariquera-Açu, Wagner Bento da Costa, além de presidentes e representantes de associações nikkeis filiadas à Uces.

O vice-prefeito, que esteve acompanhando de sua esposa, Wanderlúcia Barbosa, declarou oficialmente aberto o Katsura Matsuri e destacou a “grandiosidade do evento”. Lembrou que a  Colônia Katsura recebeu este nome em homenagem ao então primeiro-ministro japonês Taro Katsura, grande incentivador do processo de colonização. Segundo ele, o Katsura Matsuri representa hoje o encontro de duas grandes culturas e afirmou que “temos muito que aprender com os japoneses, sobretudo em questões como o respeito e a resiliência”.

Berço da Colonização  Presidente da ACNBI, Milton Nomura reforçou a importância da data explicando que Iguape é reconhecida oficialmente como “Berço da Colonização Japonesa no Brasil” conforme a lei 11.642 de autoria do então deputado federal Arnaldo Madeira e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 11 de janeiro de 2008.

Homenagens – O ex-parlamentar, aliás, foi um dos homenageados da noite pela ACNBI com a Medalha Comemorativa aos 110 Anos da Colonização. “Foram cunhadas 110 medalhas com numeração de 001 a 110 e os primeiros números – os demais foram colocados à venda para quem quisesse colaborar – foram reservados para agraciar aquelas pessoas que tem contribuído nesse esfoço de reconstruir a história da Colônia Katsura, o que a gente faz através de pesquisas, fotos, entrevistas, etc.”, disse Milton Nomura, explicando que o matsuri é uma forma de divulgar todo esse trabalho.

Além de Arnaldo Madeira, também foram homenageados o atual prefeito de Iguape, Wilson Almeida Lima; o deputado estadual Paulo Corrêa Jr – autor da lei 17.796 de 06 de outubro de 2023, que inseriu o Festival Katsura Matsuri no Calendário Turístico do Estado – o vereador Dyhego França – autor da lei municipal 2.494 de 13 de abril de 2023, que instituiu o Dia do Festival Katsura Matsuri no município de Iguape – o engenheiro agrimensor Hidekichi Nomura; o jornalista, pesquisador e historiador Roberto Fortes; o artista plástico José Galvão de Aguiar; a colaboradora Kuniko Yanaguizawa; a Faesp; a ex-vice-prefeita de Iguape, Lumi Ishida Cabral Muniz e o presidente da Uces, Silvio Furukawa.

A medalha a Hidekichi Nomura, pai do saudoso deputado federal Diogo Nomura, foi entregue ao delegado de polícia, Claudio Nomura, neto do homenageado e irmão do vereador de São Paulo, Aurélio Nomura.

Semente – Ao Nippon Já, Milton Nomura destacou a importância do VII Festival Katsura Matsuri. “Sem dúvida é um evento especial para toda a comunidade nikkei de Iguape e região e acredito que para toda a comunidade nipo-brasileira porque estamos comemorando os 110 anos da primeira colônia instalada no Brasil”, disse Nomura, que ressaltou também o trabalho dos voluntários.

“Trabalhamos bastante e graças aos esforços de todos conseguimos realizar um Katsura Matsuri à altura da importância desta data”, explicou o presidente da ACNBI, acrescentado que o evento vai ajudar a divulgar a história da Colônia Katsura para mais pessoas.

Ele salientou a grandiosidade do evento não pela quantidade de público – segundo seus cálculos a edição deste ano receber cerca de 5 mil visitantes nos três dias – mas pelo trabalho carinhoso de todos envolvidos. “Nós temos aqui adolescentes fazendo um trabalho voluntário de coleta e triagem de resíduos para dar a destinação certa. É um trabalho que a gente vê muito pouco seja em eventos públicos seja em eventos privados”, disse Nomura, afirmando que “nosso Katsura Matsuri insiste em plantar algumas sementes”. “E essa é uma delas”, afirmou, explicando que “sempre lanço um desafio para a nossa equipe, de que a gente nunca pode ouvir dizer que o evento do ano passado foi melhor”.

Recursos – Em seu discurso, o prefeito parabenizou o presidente da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Iguape, Milton Nomura, “que tem sido determinante para que esse evento aconteça a cada ano e cada ano se amplie e se torne mais profundo, mais cultural e traga de fato a cultura japonesa para o nosso município, onde aqui começamos há 110 anos atrás”.

O chefe do executivo lembrou que, ao colocar a festa no calendário estadual, “nós conseguimos uma série de recursos para viabilizar o evento”. “No momento em que a maioria dos municípios passam por muitas dificuldades, termos uma ajuda do governo do estado, através do deputado Paulo Corrêa, é o que torna possível que esse evento seja um evento bonito, seja um evento decorado, seja um evento que finalmente deixa nas nossas vidas uma bela impressão”, disse o prefeito, acrescentando que a comunidade nikkei de Iguape está “absolutamente integrada à sociedade local”.

Valores – Ao Nippon Já, Wilson Almeida frisou que “Iguape tem um calendário cultural muito forte e um dos principais eventos do nosso município é justamente o Katsura Matsuri porque reúne toda a colônia japonesa”.

“Nós ficamos recompensados verdadeiramente em termos esse evento, que atrai toda a região para o nosso município, atrai toda a forte colônia da região e que é um absoluto sucesso”, disse o prefeito, explicando que, além de movimentar o turismo e a economia da região, o Festival Katsura Matsuri também é importante por agregar valores da cultura japonesa.

“É importante que as pessoas tenham conhecimento dessa cultura que nos traz a culinária, o artesanato e tudo aquilo que o Japão, com uma cultura milenar, ofereceu ao mundo e que nós graciosamente estamos recebendo”, pontuou o prefeito.

(Aldo Shiguti)

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