Brasileiro apaixonado por Okinawa é um dos mestres na arte de tocar sanshin

Paixão pelo instrumento foi tanta que Crystian Proença se tornou professor de sanshin

 

Chystian Proença, 30 anos, não tem descendência nenhum de japoneses, mas o amor por Okinawa faz dele uma pessoa cheia de conhecimento da cultura okinawana e mestre na arte de tocar o Sanshin, inclusive ele se tornou professor do instrumento peculiar da província ao sul do Japão.

Sua paixão pelo instrumento começou durante uma visita a Associação Okinawa de Campo Grande (MS), quando ainda era adolescente. Desde então, Proença se dedicou no aprendizado da cultura da ilha e do instrumento de três cordas.

“Eu visitei a associação e entrando no local, eu vi o sensei Oshiro tocando numa salinha, aquele som me encantou. Foi meu primeiro contado aos 14 anos de idade”, contou Proença.

Desde então, Crystian decidiu aprender a tocar o sanshin, com dedicação enfrentou as barreiras, principalmente a língua japonesa.

“A língua foi minha maior dificuldade, principalmente para ler as partituras que são em kanjis”, explicou.

O empenho despertou um sonho, o de conhecer a província de Okinawa e saber mais sobre o sanshin. Um sonho que ficou mais perto com o 7° Festival Uchinanchu, quando o jovem sul-mato-grossensse foi eleito um dos Embaixadores da Boa Vontade Uchinanchu.

Durante sua passagem por Okinawa, Crystian visitou algumas lojas, escolas e fábricas de sanshin. Ao tocar o instrumento a veterana professora e instrumentista Megumi Arakaki, não resistiu e acompanhou tocando junto com o brasileiro.

“Eu me sinto muito feliz quando vejo alguém que não tem nada haver com a cultura tocando o sanshin”, disse Arakakai.

A instrumentista elegiou o brasileiro e revelou que já o conhecia pela internet. V

“Ele é muito bom. Tenho muitos amigos brasileiros que já haviam me falado dele. Quando ouvi pela primeira vez, levei um susto. Ele é muito bom”, declarou.

Crystian é um dos novos Embaixadores da Boa Vontade

Embaixador da Boa Vontade Uchinanchu

A cada edição do festival são eleitos os Embaixadores da Boa Vontade Uchinanchu, um título para não somente para os descendentes, mas aqueles que amam Okinawa e sua cultura.  Nesta edição, foram nomeados 35 novos embaixadores, sendo sete do Brasil.

São eles: Marcos Seiki Teruya, Vanessa Shiroma Chinen, Rui Kozo Chibana, Crystian Proença, Dirce Kimie Genka, Eduardo Kanashiro e Nilton Kyoshi Shirado.

O Festival foi criado em 1990 e acontece cada cinco anos, como honrar o mérito dos descendentes de Okinawa que estão pelo mundo como patrimônio humano; além de expandir e desenvolver a rede uchinā através da interação com os cidadãos de Okinawa; reunindo-se em Okinawa; reafirmar as origens e a identidade, e principalmente transmitir às próximas gerações.

Professora e instrumentista, Megumi Arakaki acompanhou o jovem brasileiro em sua passagem por Okinawa

(Silvio Mori)

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