Com 20 mil visitantes, Expo D. Pedro Matsuri ‘já nasce grandioso’

Realizado de 03 a 05 de novembro, no Expo D Pedro, em Campinas (SP), o Expo D. Pedro Matsuri atraiu cerca de 20 mil visitantes. “Por ser a primeira edição, o Expo D. Pedro Matsuri já nasceu grandioso”, destacou Sergio Takao Sato, CEO da Tasa Eventos, uma das apoiadoras do matsuri (festival japonês) ao lado da Prefeitura de Campinas, Instituto Cultural Nipo-Brasileiro de Campinas, Visite Campinas Convention & Visitors Bureau e Fundação Japão.

Responsável pela realização de alguns dos principais matsuris do país – entre eles o Rio Matsuri, Festival Nipo-Brasileiro de Maringá, Jungle Matsuri – Festival de Cultura e Gastronomia da Amazônia, Japan Festival Indaiatuba e o Costão Matsuri – Festival de Cultura Japonesa do Costão do Santinho Resort (SC), Sato explica que sai “satisfeito” com mais um matsuri em uma grande cidade brasileira.

Segundo ele, o evento proporcionou uma verdadeira imersão na cultura japonesa. “Tivemos os principais cantores da comunidade nipo-brasileira, entre eles Joe Hirata e Karen Ito. Tivemos também o maior nome de anime song do Brasil, que é o Ricardo Cruz, e tivemos também o concurso Miss Nikkey e um dos principais grupos de taiko do Brasil, o Wadan Taiko Ensemble, além do bon odori, onde o público se divertiu muito”, disse, acrescentando que a Fundação Japão levou o Concurso Anime Song, bem como o Sky Bridge Experience, uma experiência imersiva de planetário por meio da utilização de óculos 3D.

Encanto – “Tivemos também a presença de três grandes chefs, que são bem conhecidos em São Paulo, o chef Sassaki, o chef Júlio e o chefe Rodolfo Matsumoto, do Izakayá Nombe”, conta Takao, lembrando que, durante os três dias de evento, os visitantes também tiveram contato maior com a cultura japonesa através de oficinas de ikebana, oshibana, mangá e pixel art origami coordenado pelo pessoal do Nipo de Campinas. “Além de uma ampla praça de alimentação”, destaca, afirmando que, “o mais importante é que o público que compareceu ao evento ficou encantado com a cultura japonesa”.

Ele explicou que, no Brasil, existem atualmente entre 50 e 70 matsuris “de maior ou menor proporção”. “E o Expo D. Pedro Matsuri já nasce como o maior festival da cultura japonesa de todo o interior do estado de São Paulo. Com certeza, logo, logo ele vai constar no calendário de eventos da cidade”, disse Takao Sato, que agradeceu “todos que acreditaram no projeto”, entre eles o próprio Expo D. Pedro e o Nipo de Campinas.

Orgulho – Presidente do Instituto Cultural Nipo-Brasileiro de Campinas, que realiza todos os anos o Festival do Japão, além de outros eventos ligados à cultura japonesa na sede do Nipo, no Jardim Guanabara, Tadayoshi Hanada destacou a “satisfação e o orgulho do Nipo Campinas em representar a comunidade nipo-brasileira em um evento de tamanha abrangência”.

Ele explicou que, há 115 anos, depois da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, “nós, descendentes, estamos integrados à sociedade graças à cordialidade do povo brasileiro”. Segundo Hanada, em Campinas, o Instituto Cultural Nipo-Brasileiro teve também um importante papel nesse processo, “pois sempre buscou uma atuação além da comunidade nipo-brasileira, através, claro, do intercâmbio e da amizade com todos os segmentos, nossos grupos artísticos já se apresentaram nos mais diversos espaços, contribuindo com a rica diversidade cultural da nossa região”.

Parceiro – No Expo D Pedro Matsuri, o Nipo de Campinas se constituiu em um grande parceiro, conforme destacou Takao Sato. Além de contribuir com experiência, o Instituto esteve presente com artistas, grupo de jovens e também na praça de alimentação.

Claudio Terasaka, presidente da Federação das Entidades Nikkeis da Região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, que agrega 17 associações, parabenizou a iniciativa. “Para nós da federação é muito importante essas iniciativas em todos os polos para que nós tenhamos a oportunidade de divulgar cada vez mais a cultura japonesa. E estar presente nesses eventos é uma forma a mais de nós podermos fomentar toda essa iniciativa”, destacou Terasaka.

Tradições históricas – Luiz Rossini, presidente da Câmara Municipal de Campinas, que também esteve presente na cerimônia de abertura, acha “muito legal Campinas sediar um evento dessa natureza”. “Primeiro, porque nós temos na história de Campinas uma rica contribuição dos imigrantes japoneses e seus descendentes que vieram para cá. A cidade hoje é resultado do esforço e do trabalho também dos imigrantes japoneses e dos seus descendentes que aqui ainda vivem”, disse o vereador, que no sábado aproveitou para levar o seu filho. “Ele adora a culinária japonesa”, afirmou Rossini.

Alegria – Cônsul para Assuntos Políticos e Gerais do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Hiroyuki Ide manifestou sua alegria em constatar “como a cultura japonesa vem se tornando cada vez mais querida e presente na vida dos brasileiros desde a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, há sempre 115 anos. “E também não posso deixar de mencionar que a região de Campinas recebeu muitos imigrantes japoneses desde a chegada dos primeiros imigrantes e que o trabalho dos pioneiros e seus descendentes contribuiu e vem contribuindo substancialmente para o desenvolvimento dessa região nas mais diversas áreas”, enfatizou o cônsul, acrescentando que, “o afeto que os brasileiros nutrem pelas nossas tradições históricas e culturais é uma das bases da forte relação entre os dois países construída ao longo das décadas”.

Por fim, Ide agradeceu, em especial, o presidente Tadayoshi Hanada do Nipo de Campinas por sempre apoiar iniciativas como esta”.

Respeito e admiração – Representando o prefeito de Campinas, Dário Saadi, a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli também enalteceu o trabalho do Nipo de Campinas por “manter viva a cultura japonesa em Campinas”. “A comunidade japonesa em Campinas está extremamente enraizada e devemos isso ao grande trabalho que o Nipo tem feito”, pontuou a secretária, explicando que Campinas é uma cidade que atrai muitos visitantes. “E o Expo D.  Pedro é um polo enorme de visitação da nossa cidade”, destacou Alexandra.

Ao Nippon Já, a secretária enfatizou que “a cultura japonesa traz para o brasileiro um sinal de muito respeito e admiração”. “E a gente poder ter essa cultura nas suas diversas formas, ou seja, a milenar e a moderna, é muito atrativo para os visitantes e, sem dúvida, um evento deste porte atrai toda a região metropolitana”, disse Alexandra, explicando que, além dos cerca de 1,2 milhão de habitantes de Campinas, “nós temos esses três milhões e meio da região metropolitana”. “Então a gente quer que o Expo D. Pedro Matsuri se torne uma tradição no nosso calendário”, disse a secretária em entrevista ao Nippon Já.

Sinergia – Diretor do Expo D. Pedro, Jayme Witte explicou à reportagem que “nós estávamos procurando há um certo tempo, um evento calendário, um evento forte e dentre as possibilidades que nós estávamos estudando, tinha alguns eventos de natureza cultural”. E a cultura japonesa não poderia ficar de fora desse leque de opções que nós estávamos estudando. Foi aí que conhecemos o Takao, da Tasa, e a sinergia foi imediata”, disse Jayme, acrescentando que “Campinas tem não só uma comunidade japonesa como empresários de origem japonesa também relevantes, além de a cultura japonesa ter uma penetração no Brasil muito grande”.

Desta forma, conta, “a escolha ficou fácil”. Segundo ele, entre a ideia e a execução, o processo todo demorou cerca de seis meses para sair do papel e ganhar forma. Trata-se do primeiro evento ligado à cultura japonesa que o Expo D. Pedro, principal espaço de eventos do interior de São Paulo, realiza.

Turismo – “Estamos aqui há cerca de dez anos produzindo e recebendo os grandes eventos do interior de São Paulo, de toda a natureza. São eventos de toda a natureza, do agronegócio a eventos de indústria, além de palestras e eventos corporativos e médicos. Mas esse de cultura japonesa é o primeiro que nós temos a felicidade não só de receber, mas de realizar. E esperamos que seja o primeiro de muitos porque acreditamos que é um evento que vai atrair pessoas de todas as região, incrementando o turismo não só de negócios de Campinas, que já tem uma grande vocação para o turismo cultural e gastronômico”, destacou Jayme Witte ao Nippon Já.

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura, que contou com o tradicional ritual do Kagami Biraki, presidentes de associações nipo-brasileiras que compõem a Federação das Entidades Nikkeis da Região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, entre elas a Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Vinhedo (Acenvi), a Associação Cultural Esportiva Nipo-Brasileira Sumaré e  a Associação Cultural Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba,  além de patrocinadores.

(Aldo Shiguti)