Consulado Geral do Japão em SP celebra aniversário de Sua Majestade, Imperador Naruhito

Celebração ao Aniversário de 64 Anos de Sua Majestade, o Imperador do Japão, Naruhito, reuniu cerca de 430 convidados em plena terça-feira – Aldo Shiguti

Nesta terça-feira, 12, o cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, e a consulesa, Junko Shimizu, receberam cerca de 430 convidados, entre militares, políticos e membros da comunidade nipo-brasileira para celebrar o Aniversário de Sua Majestade, o Imperador do Japão, Naruhito, que comemorou 64 anos no dia 23 de fevereiro.

Naruhito é o 126º monarca a ocupar a vaga, ascendendo ao Trono do Crisântemo no dia 1º de maio de 2019 – quando teve início a era Reiwa.

Estiveram presentes, entre outros, o presidente honorário da Japan House São Paulo, embaixador Rubens Ricupero, e o secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab.

Em seu discurso de saudação, Toru Shimizu lembrou que, ‘no Japão, a ascensão de um novo imperador marca também a inauguração de uma nova era”. “E neste sexto ano da Era Reiwa, é uma grande satisfação comemorar junto das senhoras e dos senhores o aniversário de 64 anos de sua Majestade, o Imperador, celebrado no dia 23 de fevereiro, nesta minha primeira recepção da data nacional como cônsul geral do Japão em São Paulo”, disse o cônsul.

Raízes históricas – Em seu discurso, Toru Shimizu lembrou as “raízes históricas” entre o imperador e o Brasil. “Sua Majestade visitou o país em três ocasiões, como príncipe e príncipe herdeiro. Sem dúvidas, sua visita para as festividades do Centenário da Imigração japonesa, em 2008, assinalou um momento especial para a amizade entre nossos países. Em vista disso, tenho plena convicção de que esta relação duradoura continuará contribuindo valorosamente para o fortalecimento do laço entre os nossos povos, um laço fundamentado nos esforços dos imigrantes japoneses, seus familiares e descendentes a quem expresso minha gratidão e respeito por alicerçarem a relação de confiança existente hoje entre Japão e Brasil”, destacou o cônsul, explicando que “no cenário internacional, este é um ano de protagonismo do Brasil que preside o G20 e guiará diversas reuniões de nível ministerial ao longo deste ano, como no mês passado, que teve a participação da nossa ministra das Negócios Estrangeiros, Kamikawa Yoko”.

“Além disso, é esperada a participação do primeiro-ministro, Kishida Fumio, na reunião de cúpula, em novembro, no Rio de Janeiro. Estou certo de que este será um período promissor para aprofundarmos ainda mais a nossa relação bilateral”, enfatizou o cônsul.

Milagre do desenvolvimento – Presidente honorário da Japan House São Paulo, o embaixador Rubens Ricupero falou, como descendente de italianos que é, sobre sua admiração pelo Japão, um país que soube se reiventar “várias vezes”, e de seu respeito pelo imperador.

“Todos sabemos que o Japão foi o primeiro grande milagre do desenvolvimento já no fim do século XIX, mas isso não se limitou àquele episódio. Mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão, totalmente destruído, soube se reverter daquele golpe terrível e soube encontrar de novo esse caminho da modernidade”, explicou Ricupero, acrescentando que o Japão consegue um feito que todos os países gostarial de imitar: “conciliar a continuidade, a tradição, a fidelidade aos valores, à capacidade de estar na linha de frente, forte, além da curva, em matéria de tudo que é moderno, não só da tecnologia, da informática, da robótica, mas a gente vê até na cultura popular”.

Cultura pop – “Agora mesmo, nós lamentamos a morte de um dos grandes criadores da cultura popular, de mangás [Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, que faleceu aos 68 anos]. Os adolescentes do mundo inteiro seguem essa inspiração que o Japão tem sabido dar através da renovação de sua cultura”, destacou.

Para Ricupero, um dos motivos que faz com que uma recepção reúna tantas pessoas em um dia útil da semana, “além da força dos vínculos tradicionais que unem o Japão ao Brasil, é o fato de que o Japão soube perceber que São Paulo tinha sofrido uma mudança qualitativa, era uma metrópole”.

Japan House – E contou um episódio envolvendo o atual cônsul geral e a criação da JHSP que até então era desconhecido pela maioria. “Poucos aqui sabem, mas devem ter visto, já por essa recepção, que o cônsul geral é um inovador, uma pessoa capaz de fazer as coisas novas. Ele me contou que muitos anos atrás, quando se tomava no Japão a decisão de criar a Japan House, ele estava no Ministério em Tóquio e foi consultado, porque a tendência inicial era construir a Japan House num país de língua espanhola, porque se dizia, ‘bem, o Brasil fala português que não é a maioria da América’. Vamos fazer isso no país de língua espanhola e foi ele que disse, ‘não, vocês estão enganados, tem que ser no Brasil e tem que ser em São Paulo e não pode ser no bairro da Liberdade’. Não que ele tenha algo com a Liberdade, mas ele percebeu que a Liberdade é o tradicional, é o antigo, é o que já é conhecido e a ideia da Japan House é de um Japão diferente, o Japão moderno, contemporâneo, o Japão do design, o Japão que nós todos gostaríamos de imitar”, revelou Ricupero, que exaltou a figura do imperador Naruhito como “o símbolo das qualidades japonesas e o exemplo de uma continuidade entre o passado, o presente e o futuro”.

Empresas – A recepção contou ainda com as exposições de empresas e, com apoio da Associação Brasileira de Gastronomia Japonesa, na área externa foi organizado um espaço para degustação de pratos típicos da culinária japonesa preparados por diversos restaurantes.

Os convidados puderam degustar também o café Aliança e uma variedade de bebidas fermentadas e destiladas japonesas oferecidas por várias empresas. O evento contou ainda com a presença da Jica e da Jetro, agências do governo japonês responsáveis pela promoção da cooperação econômica e do comércio bilateral, respectivamente, da Fundação Japão, organização de intercâmbio cultural e compreensão mútua entre os dois países, e da Japan House São Paulo, reconhecido centro de promoção da cultura japonesa no Brasil e na América do Sul.

(Aldo Shiguti)

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