Modalidade japonesa takkyu volley busca popularização no Brasil

Demonstração de modalidade despertou interesse de jovens, que viram no takkyu volley uma maneira de trabalhar a inclusão

Mistura de tênis de mesa com voleibol, esporte tem como objetivos a inclusão e reabilitação

À primeira vista, quem não está habituado pode estranhar ao ver um jogo de “takkyu volley”. Trata-se de uma mistura de voleibol com tênis de mesa, que tem se popularizado no oriente. Em síntese, refere-se a uma modalidade que busca a inclusão e originária no Japão, que busca, agora, se popularizar em países estrangeiros, incluindo o Brasil.

Divulgado pelo instrutor Yuji Horikawa, atual vice-presidente da Japan Takkyu Volley Federation (JTVF), o esporte pôde ser visto ao vivo nos últimos dias. Horikawa esteve no Brasil, realizando palestras e demonstrações em universidades e instituições assistenciais para a apresentação do takkyu volley.

O takkyu volley, como o próprio nome diz, consiste em um esporte que mistura elementos de tênis mesa (takkyu, em japonês) e voleibol. Mas o principal diferencial é que não exige muitos movimentos. Todos os jogadores permanecem sentados, possibilitando a participação de cadeirantes, além de não exigir esforços e movimentos grandes, pois a bola tem que rolar sobre a mesa, para passar por baixo da rede.

Instrutor Yuji Horikawa busca popularização do esporte

A princípio, o takkyu volley foi criado na prefeitura urbana de Osaka, no Japão, como uma atividade de recreação e reabilitação para pacientes com distrofia muscular. Conforme a popularização nos anos 1970, foram formalizadas regras e equipamentos próprios para o esporte. Atualmente já são cerca de 20 a 30 mil praticantes em todo o Japão e existem até times profissionais que competem em torneios regionais e nacionais.

Desde 2013, Horikawa tem visitado o Brasil para a promoção do esporte, em colaboração com voluntários universitários do Japão para o auxiliar como intérprete nas palestras. Ele já tem apresentado o esporte em instituições assistenciais nipo-brasileiras como a Associação Pró-Excepcionais Kodomo no Sono e a Sociedade Beneficente Casa da Esperança Kibô-no-Iê.

Yuji Horikawa visita APAE Francisco Morato 1 recepção supreendente da modalidadeo dia 06 deste mês, Horikawa visitou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Francisco Morato em São Paulo. Na ocasião, ele conheceu atletas de takkyu volley que praticavam com equipamentos improvisados.

Apesar do esporte ser bem recebido pelos residentes e assistidos, Horikawa conta que há uma dificuldade para que os brasileiros possam continuar praticando. “Já buscamos por empresas para importar equipamentos próprios do takkyu volley, mas percebemos quanto isso é difícil sem a garantia de uma demanda”, explica. Também já recorreu a programas assistenciais de governo, como da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e da Fundação Japão, mas ainda não deu resultado esperado.

Na tentativa de fomentar a demanda pelo esporte no território brasileiro, Horikawa investe no desenvolvimento de novos instrutores. Um desses aprendizes do Horikawa é o nipo-brasileiro Marcelo Inagaki, que hoje se tornou o representante do takkyu volley no Brasil.

Segundo Horikawa, que já viajou por inúmeras cidades no Japão no projeto de divulgação do takkyu volley, “o Brasil apresenta ambientes melhores que o Japão para esportes inclusivos, como o Parque Olímpico do Rio de Janeiro onde ocorreram os Jogos Paralímpicos em 2016, por exemplo”. Ele ressalta que deveriam aproveitar desses benefícios.

Além do Brasil, Horikawa já viajou para Paraguai, Uruguai e Argentina para a promoção do takkyu volley.

(Lika Shiroma)

 

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