Monge Francisco Handa lança 1ª obra exclusivamente de haicais

 

Poeta, haicaísta e monge budista, Francisco Handa acaba de lançar seu primeiro livro dedicado exclusivamente ao haicai. Pode parecer paradoxal, já que Handa é um dos fundadores do Grêmio Haicai Ipê – grupo que se reúne desde 1987 para “estudar, produzir e apreciar haicais, com o intuito de aclimatar ao Brasil essa forma poética, japonesa na origem”. Como ele mesmo diz, “de lá para cá um monte de gente publicou livros sobre o assunto”. Alguns bons, outros nem tanto. “Sempre tive muito pudor, mas agora me sinto mais seguro”, justifica Handa, acrescentando que os cerca de 200 haicais que compõem “Silêncio das Maritacas – haicais de uma pandemia” (Editora Telucazu) – como o próprio título sugere – foram escritos depois do surto da Covid-19.

Parte dessa confiança a que ele se refere deve-se por sua contribuição ao Blog Pitangas Urbanas, que ajuda a alimentar com outros poetas – como Zekan Fernandes, Alvaro Posselt, José Marins e Carlos Martins – nos últimos dez anos. Lembra que já escreveu 30 haicais por semana. Hoje, a produção está mais “modesta”, em torno de 20 a casa sete dias. “Aprendi com o mestre Goga [Masuda, haicaísta e estudioso do haicai] a escrever praticamente o tempo todo, o que quer dizer praticamente todos os dias”, diz Handa, explicando que o livro, que também presta uma homenagem “aos mestres do passado, companheiros e confrades amigos (Masuda Goga, Alberto Murata, Douglas Eden Brotto e Fanny Luiza Dupré) possui um lado “meio didático”.

No final de cada estação, após as composições correspondentes a ela, é apresentada uma lista com os kigôs (palavras-de-estação) utilizados. Desta forma, o autor espera que esta lista possa servir de sugestão para novas composições.

“Escrever haicai é muito simples e fácil. Qualquer um pode escrever”, garante o monge, que dá algumas dicas para quem quer se arriscar. A primeira é não se preocupar tanto com a métrica (5, 7, 5 sílabas). Pelo menos no início. Não usar muito adjetivos nem abusar de julgamento de valores são outras dicas. “É escrever aquilo que vem à cabeça, sem muita elocubração”, conta Handa.

Informações sobre como adquirir o livro basta acessar o site: www.telucazu.com

(Aldo Shiguti)

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