Representantes do curso de Medicina da Universidade Keio visitam o Brasil

Intercambistas de Keio em frente ao Hospital Japonês Santa Cruz (Foto: Reprodução / Blog da Ima)

 

Alunos do curso de Medicina da Universidade Keio, considerada uma das instituições mais prestigiadas e a mais antiga do Japão, chegaram ao Brasil no dia 27 de julho e ficarão até este sábado (13). Eles são representantes da International Medical Association (IMA), um grupo de estudantes que realiza intercâmbios com diversos países estrangeiros, principalmente com o Brasil, por meio da medicina. Professor adjunto do curso de cirurgia geral da Universidade Keio, Kentaro Matsubara, acompanhou os alunos como chefe do grupo.

A IMA tem como um dos principais objetivos a reflexão sobre os princípios da medicina através do contato com países com técnicas e sistemas de saúde distintas do Japão.

Todo ano são escolhidos 3 ou 4 alunos da Universidade Keio para este programa de intercâmbio da IMA. Shun Hashimoto foi escolhido para ser o representante, Natsumi Watanabe como tesoureira e Ryosuke Nakamura como responsável de relações públicas. Os três passaram um ano meio elaborando o projeto, foram eles mesmos que planejaram o itinerário, com a ajuda e conselho dos ex-bolsistas e veteranos do programa, para realizarem a viagem aproveitando as férias de verão do último ano da faculdade, decidindo passarem pela Inglaterra, Brasil e Filipinas.

No Brasil, além da capital paulista, a agenda prevê visitas ao Rio Grande do Sul. Em São Paulo, já visitaram a Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Hospital Nipo-brasileiro da Beneficência Nipo-brasileira de São Paulo (Enkyo), Hospital Santa Cruz e Universidade de São Paulo para uma conferência entre os estudantes de medicina. Em Rio Grande do Sul, visitarão a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e acompanharão os atendimentos da Assistência Médica Móvel (junkai).

 

Visita ao Nippon Já – No dia 02 deste mês, o grupo visitou Jornal Nippon Já. Na ocasião, Shun Hashimoto demonstrou alegria de estar realizando um sonho. “Desde o colegial já sonhava em conhecer o Brasil através do programa da IMA, foi o que me motivou a prestar vestibular para a Universidade Keio”, comentou.

Segundo Hashimoto, passaram por algumas dificuldades e preocupações por conta da pandemia que poderiam interferir nos planejamentos ou até mesmo cancelar a viagem. De fato, algumas das atividades que já eram tradição do programa, como o acompanhamento da equipe médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus em atendimentos às populações desassistidas das comunidades ribeirinhas, acabaram sendo canceladas. Mas Natsumi Watanabe comenta que “devemos considerar que mesmo em meio a tantas adversidades o intercâmbio foi realizado” e agradeceu a todos os envolvidos pela oportunidade.

Para ela, conhecer os diferentes sistemas de saúde de países estrangeiros “possibilitou a analisar o sistema de saúde japonês de um ponto de vista mais periférico” e “foi uma boa oportunidade de reflexão de tudo que estudou durante os seis anos no curso de medicina”.

 

Conhecimentos técnicos – Já Ryosuke Nakamura destacou o contato pessoal adquirido através desse intercâmbio, além dos conhecimentos técnicos da medicina. “Já tivemos uma conferência online de estudantes de medicina de diversos países, mas o contato pessoal é diferente”, explica. “Também tivemos a oportunidade de conversar com médicos atuantes nas instituições de saúde de cada país, que são ex-bolsistas do mesmo programa”, acrescentou Nakamura.

Inclusive, o professor Matsubara, que acompanha os alunos, também é um desses ex-bolsistas. Segundo ele, o programa tem uma importância não só do aspecto acadêmico. “Uma coisa que senti como bolsista e pude reafirmar como professor agora, é que esse programa oferece uma oportunidade de crescimento pessoal também. Pois, muitas vezes, acabamos dando muito enfoque na parte técnica e acadêmica da medicina, mas além disso, nós como médicos precisamos conhecer a sociedade, a realidade dos nossos pacientes. O programa oferece essa experiência na prática”, concluiu.

(Lika Shiroma)

 

 

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