Reeleito, Toshiaki Yamamura quer concluir ‘Projeto dos R$ 2,5 milhões’

A presença maciça de representantes da maioria das associações filiadas à Uces – União Cultural e Esportiva Sudoeste – em um sábado chuvoso e em um local considerado distante – a sede da Associação Cultural Nipo-Brasleira de Registro (Bunkyo de Registro), no Vale do Ribeira – serviu para ratificar o que a reunião do Conselho Deliberativo já havia proposto minutos antes da realização da Asembleia Geral Ordinária da entidade. Decisão que acabou sendo aprovada por aclamação pelos representantes. Toshiaki Yamamura, então, foi empossado para o seu sétimo mandato frente à entidade.

A Diretoria da Uces para  o biênio 2022-2023 terá ainda Silvio Furukawa, de Vargem Grande Paulista, como 1º vice-presidente; Júlio Hagio, de Caucaia do Alto, como 2º vice-presidente e Sergio Iwai, de Pilar do Sul, como 3º vice-presidente. Já o Conselho Fiscal terá Tetsuo Kanno, de Piedade; Tetsuo Akatsuka, de Mairinque; e Sérgio Kakihara, de Capão Bonito. Massaharu Tsuruda, de Caucaia; Issao Kajiyama, de Sorocaba; e Bruno Matsuo, de Piedade, serão os suplentes. Na ocasião, também foram reeleitos os membros da Diretoria do Conselho Deliberativo, composto por: Yasuhiro Fukuju (presidente); Yukichi Abe (1º vice-presidente) e Tetsuro Ishihara (2º vice-presidente).

Empossado, Toshiaki Yamamura, de 80 anos, agradeceu a confiança e lembrou que, há dois anos, ao ser reeleito para o seu sexto mandato na Assembleia realizada na Associação Cultural e Esportiva Piedade, havia prometido que o mandato que terminou no sábado passado, 29, seria o seu último. “E também prometi que alcançaríamos nosso objetivo no projeto em curso ao final daquela gestão”, disse Yamamura, referindo-se ao Projeto R$ 2,5 mi – mais conhecido como “Fundão da Sudoeste”.

“Mas, como os senhores podem constatar, atingimos cerca de R$ 2.230.000,00. Isso porque aconteceu a pandemia em 2020 e tivemos que liberar, emergencialmente, R$ 340 mil para auxiliar a manutenção dos Bunkyos”, explicou Yamamura, acrescentando, no entanto, que “esse era um dos propósitos do projeto”.

“Porém, por conta disso, não conseguimos atingir nosso objetivo. Talvez o Conselho Deliberativo tenha levado esse fato em consideração e os conselheiros acharam que eu deveria continuar por mais 2 anos, ou seja, para a cumprir a promessa que eu fiz”, salientou Yamamura, lembrando ainda que, “por causa da pandemia, todos os Bunkyos estão com suas atividades paralisadas e ainda não sabemos como ficarão as coisas daqui para frente”.

“Acredito que este foi o segundo motivo que fez com que os conselheiros decidissem pela minha permanência. Da minha parte, enquanto estiver com saúde e podendo andar, prometo continuar trabalhando e subindo a serra semanalmente”, disse Yamamura, que pediu “união” e “criatividade” de todas as associações. “Só sairemos desta tempestade, que ainda continua, com muito empenho de todos”, ressaltou.

 

Desafio – Ao Jornal Nippon Já, Toshiaki Yamamura admitiu que ficou surpreso com o comparecimento de cerca de 40 pessoas em Registro, “ainda mais em um dia chuvoso”. “Tenho que esquecer minha idade e me empenhar ainda mais. Como falei na Assembleia, vou trabalhar enquanto tiver saúde mental e física”, afirmou, destacando que o grande desafio desta gestão será “cumprir a promessa que eu fiz”.

Para o primeiro vice-presidente e futuro sucessor de Toshiaki Yamamura na presidência da Uces, Silvio Furukawa, “2022 será o ano do recomeço”. Segundo ele, o repasse do Fundão para os Bunkyos – que receberam de volta o que foi aplicado para alcançar a meta estabelecida pelo empresário japonês Tetsuhito Amano, de Colônia Pinhal – foi não somente providencial como crucial para a sobrevivência das entidades. “Os dois últimos anos foram difíceis para todos”, disse, explicando que o repasse mais alto foi no valor de R$ 36 mil.

“Vamos ficar na torcida para que o cenário em 2022 volte ao normal para que em 2023 os Bunkyos também possam retormar seu equilíbrio financeiro”, destacou Furukawa, lembrando que o livro comemorativo dos 70 anos da Uces – completados em 2017 – ainda não tem data para ser lançado.

 

Agenda – Além da eleição e posse da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal e da Diretoria do Conselho Deliberativo, a Assembleia Geral Ordinária da União Cultural e Esportiva Sudoeste discutiu ainda outros assuntos como o relatório de atividades realizadas em 2021 e o plano de atividades para 2022. Também foram aprovados o balanço e e atividades de 2021, bem como a previsão orçamentária para 2022; que prevê, entre outras receitas, doações no valor de R$ 30 mil de Tetsuhito Amano referente aos anos de 2021 e 2022. Idealizador do Fundão da Sudoeste, Amano, que prestigiou a Assembleia, disse que continuará doando R$ 20 mil anualmente para a Uces até que se atinja a meta dos R$ 2,5 milhões.

 

Bairro da Raposa – Representando a Acer (Associação Cultural e Esportiva de Registro) e a Associação Nippo- Brasileira do Bairro da Raposa, Rubens Shimizu agradeceu o auxílio financeiro do governo japonês e sugeriu para que a Uces estudasse outra modalidade de investimento, o Sistema de Crédito Cooperativo, para o projeto R$ 2,5 milhões, cujo dinheiro está em uma conta especial. Como “curisiodade”, ele lembrou que o o Bairro da Raposa foi considerada a associação nikkei mais antiga do Brasil ainda em atividade, de acordo com levantamento de Tamiko Hosokawa, do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros.

Sobre o Calendário das Atividades Culturais e Esportivos para 2022 da Uces, foi contatado que muitas associações ainda aguardam uma definição da situação da pandemia no Estado para definirem seus cronogramas. A União dos Clubes de Gueitebol do Brasil foi uma das poucas associações a apresentar seu calendário

A Assembleia foi encerrada com um almoço preparado pelo Fujinkai do Bunkyo de Registro. No cardápio, o famoso sashimi de manjuba, entre outros pratos.

Também marcaram presença o artista plástico Yutaka Toyota – autor de sete obras espalhadas por Registro – e seu filho, Gianni Toyota, além do presidente do Hospital Japonês Santa Cruz, Mário Sato.

Para lembrar – Idealizado em 2012 pelo empresário Tetsuhito Amano, o Fundão da Sudoeste nasceu como uma espécie de “desafio” para a Uces, que tinha como meta inicial captar, em um período de três anos, a quantia de um milhão de reais, sendo R$ 240 mil por conta da Uces – a proposta era arrecadar, entre os Bunkyos, R$ 80 mil anualmente. O empresário entraria com R$ 360 mil (R$ 120 mil/ano).

Do valor inicial proposto por Amano – de um milhão de reais – a meta subiu para R$ 2 mi e depois R$ 3 mi até que, em 2018, por conta da queda dos juros, foi para R$ 2.500.000,00.

 

 

DIRETORIA EXECUTIVA DA UCES
PARA O BIÊNIO 2022-2023

Presidente: Toshiaki Yamamura (Registro)

1º Vice-Presidente: Silvio Furukawa (Vargem Grande Paulista)

2º Vice-Presidente: Julio Hagio (Caucaia do Alto)

3º Vice-Presidente: Sergio Iwai (Pilar do Sul)

Conselho Fiscal

Efetivos: Tetsuo Kanno (Piedade); Tetsuo Akatsuka (Mairinque); e Sergio Kakihara (Capão Bonito)

Suplentes: Massaharu Tsuruda, (Caucaia); Issao Kajiyama (Sorocaba); e Bruno Matsuo (Piedade).

Conselho Deliberativo

Yasuhiro Fukuju (presidente); Yukichi Abe (1º vice-presidente) e Tetsuro Ishihara (2º vice-presidente).

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