Em missão oficial ao Japão depois de 2 anos, Nishimori fala sobre visto para yonsei e exportação de carne suína
Após dois anos sem poder viajar ao Japão por conta das restrições impostas pela pandemia, o deputado federal Luiz Nishimori (PSD-PR) voltou a realizar a Missão Econômica, Diplomática e de Amizade Brasil-Japão. Desta vez, com o principal objetivo de promover a carne suína paranaense no mercado japonês – trabalho que já vem sendo desenvolvido desde 2021 quando o estado conseguiu a certificação e reconhecimento como área livre de febre aftosa – além de se reunir com representantes da comunidade brasileira residente no país.
Nesta missão – com duração de quase duas semanas – o deputado visitou as principais empresas do ramo de embutidos; a Embaixada do Brasil; a Câmara de Comércio e Indústria do Japão e o Ministério dos Negócios Estrangeiros (Mofa), onde conversou com a diretora para América Latina, embaixadora Maki Kobayashi, e, também, participou de audiência com a vice-ministra para assuntos internacionais do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca (MAFF), Yutaka Arai.
Produtiva e positiva – Ao jornal Nippon Já, o parlamentar disse que a viagem foi muito produtiva e positiva. “Estou empenhado em repetir, com a carne suína, o mesmo resultado que tivemos com as exportações de suco de laranja e carne de frango”, explicou Nishimori, afirmando que “foram dias de muito trabalho, onde realizei excelentes reuniões com diversas empresas do ramo de alimentos in natura, processados e embutidos, para promover a exportação da carne suína paranaense para o mercado japonês”.
Apesar de garantir que hoje “existe comprador e existe vendedor”, ele observa que um acordo ainda pode levar algum tempo pois os dois órgãos responsáveis – o Maff e o Mapa – não estão se entendendo.
Distanciamento – Nishimori também alertou as autoridades japonesas para um certo “distanciamento cada vez maior entre os dois países”. Segundo ele, o avanço das discussões para um acordo de livre comércio é muito importante para incrementar as exportações brasileiras para o mercado japonês. E citou como exemplo o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. “Apenas o Brasil, a Rússia e a África do Sul não possuem acordo de livre comércio”, conta, lembrando que todos os demais países possuem isenção tarifária, que, dependendo do caso, pode chegar até 35%.
De acordo com Nishimori, o que dificulta um acordo entre os dois países é o fato de o Brasil ser um dos líderes do Mercosul. “Solicitei para que o atual primeiro-ministro japonês Fumio Kishida venha ao Brasil até o ano que vem para conversar, seja quem for o presidente eleito, caso contrário essa distância pode aumentar ainda mais”, assegurou o deputado, que também pediu às autoridades japonesas flexibilização para o visto de turismo. “É um absurdo abrirem para a Argentina e para o Uruguai e não para o Brasil”, destacou Nishimori, acrescentando que, em relação ao estágio técnico para profissionais brasileiros em empresas japonesas, “isso vai acabar acontecendo, mais cedo ou mais tarde”. “E precisamos estar preparados para quando isso acontecer para não termos problemas depois”, explicou o parlamentar, que se reuniu com representantes da comunidade brasileira em três ocasiões. Uma delas foi na Embaixada do Brasil, com a presença do embaixador Eduardo Saboia e do cônsul do Brasil em Tóquio, Guilherme Patriota.
Visto – “Conversamos muito com os brasileiros que residem no país sobre o que pode ser feito”, disse Nishimori, revelando que o foco foi na questão do visto para yonsei (brasileiros da quarta geração). “Trata-se de um assunto bastante polêmico”, admitiu, explicando que, apesar de o Japão ter diminuído a exigência do nihongo do nível 4 para o nível 5, ainda é preciso avançar em muitas questões. “Hoje, por exemplo, temos problemas com o limite de idade e o fato de não poder levar família”, destacou, acrescentando que, em conversa com o ex-embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda, o governo japonês pretende “mudar tudo”. “Por enquanto eles estão em compasso de espera pois este ano tem eleição para o Senado”, justificou Nishimori, que em Hamamatsu se reuniu com o cônsul do Brasil, Aldemo Garcia, onde participou de importantes reuniões com o Conselho de Cidadãos da cidade, além de reuniões com empresários nikkeis, com o vice-prefeito, Shigeki Osada, com o presidente da Câmara de Vereadores, Tetsuo Wakuda, e com o vereador Noritaka Torii.
A agenda incluiu também visita à Província de Hyogo, estado co-irmão do Paraná, onde foi recebido pelo vice-governador, Takayama. O parlamentar também visitou as cidades de Kakogawa, cidade co-irmã de Maringá (PR), onde foi recebido pelo prefeito Yasuhiro Okada e membros da Câmara de Vereadores.
Parceria de sucesso – Em Nishinomiya, cidade co-irmã de Londrina (PR), o deputado se encontrou com o prefeito Ishi Toshiro. Os Estados do Paraná e Hyogo e as cidades coirmãs compartilham muitos projetos que visam o intercâmbio econômico, cultural e educacional, que contribuem para a manutenção e preservação da cultura, tradições e costumes.
“Sempre digo que a relação Brasil-Japão é uma parceria de grande sucesso”, concluiu Nishimori que recebeu diversas homenagens no Japão, entre elas a Menção Honrosa por sua contribuição na relação bilateral e empresarial entre os dois países”, destacou.
O Japão não tá nem aí pro Brasil. O foco deles é o Ásia.